domingo, 3 de maio de 2009

Sedentarismo dos jovens chineses atrapalha a divulgação dos Jogos


O Vice-ministro lamenta a tradição social e familiar de obrigar as crianças a estudarem muito para serem os melhores alunos da turma afim de conseguirem um bom trabalho, o que faz com que passem mais horas a estudar do que a praticar desporto.

O excesso de computadores, videojogos e comida são alguns dos maiores obstáculos encontrados pelo governo chinês para divulgar o desporto entre os mais jovens, disse esta Terça o vice-ministro do desporto do país, Feng Jianzhong. Em entrevista colectiva com o objectivo de explicar a difusão do desporto e do espírito olímpico nos últimos sete anos, Feng afirmou que as crianças chinesas "têm muitas opções em jogos eletrónicos e brinquedos e, além disso, comem demais e depois disto não se querem exercitar".
No entanto, outro dos grandes obstáculos é a tradição social e familiar de obrigar as crianças a serem os melhores alunos da turma para conseguirem um bom trabalho, por isso elas passam mais horas a estudar do que a praticar desporto. Segundo uma pesquisa realizada em 2003, mais de 33% da população chinesa pratica desporto regularmente, mas os mais activos são os cidadãos de meia idade e os mais idosos, que temem adoecer por causa do alto custo da saúde no país. Porém, a percentagem actual pode ser bem diferente do que há cinco anos atrás.
Tentando fazer com que o nível de potência económica que a China se transformou seja transferido também para os desportos, o governo iniciou em 2001 vários planos destinados a promover a prática entre os jovens e nas áreas rurais, como a iniciativa "Dsporto para todos". No ano passado, foi publicado um plano que inclui a construção de instalações desportivas em 100 mil localidades rurais com um orçamento de US$ 440 milhões. Este ano, o governo pretende concluir 87% do projeto.

Nas cidades chinesas, a situação é muito diferente, com 210 mil centros de instrução, 237 clubes e mais de 12 mil escolas de desportos tradicionais nas quais 50 milhões de estudantes participam regularmente em actividades comandadas por 450 mil treinadores. Assim, Pequim espera popularizar a prática de desporto, reservado até agora a uma elite escolhida para competir nos Jogos Olímpicos e cujo treino é baseado nos métodos exaustivos da antiga União Soviética. Segundo Feng, o relativo sucesso dos atletas chineses consiste em "começar a treinar antes, prestar atenção aos detalhes, trabalhar de forma concreta e progredir", afirmou.

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