quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Blogue do Desportista deseja a todos um ÓPTIMO ANO NOVO, com tudo o que há de melhor.
Que 2010 nos traga a todos muita saúde, tudo o resto vem por acréscimo.
Boas entradas!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

O Blogue do Desportista deseja a todos um FELIZ NATAL.
Aproveitamos esta época festiva para relembrar os problemas sociais do país (e não só!) e dos diversos modos de contribuição para as inúmeras campanhas que decorrem nestes dias.
Contribuam, ajudem quem precisa de ajuda!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Risco de cancro cai para metade com 30 minutos de exercício diário

Um estudo efectuado defende que a prática de exercício físico por pelo menos 30 minutos por dia não só previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como reduz para metade o risco de cancro.
A pesquisa, publicada recentemente pelo "British Journal of Sports Medicine", indica que, quando uma pessoa pratica desportos de média ou alta intensidade, o consumo de oxigénio aumenta e ajuda o corpo a combater diversos tipos de doença, entre elas o cancro.
Para chegar a essa conclusão, uma equipa de investigadores das universidades finlandesas de Kuopio e Oulu acompanhou por quase 17 anos os hábitos de vida de mais de 2.500 homens adeptos de práticas desportivas e que tinham entre 42 e 61 anos de idade.
Do total dos participantes do estudo, 181 morreram na sequência de algum tipo de cancro. Os mais frequentes foram de pulmão, próstata, cérebro, na região gastrointestinal e os linfomas.
Ao longo da pesquisa, os cientistas estudaram os hábitos desportivos dos voluntários para determinar, em unidades metabólicas (MET), qual a quantidade de oxigénio consumida durante a prática de exercícios segundo a intensidade do mesmo. Ficou constatado, por exemplo, que a quantidade de oxigénio consumida numa caminhada normal, numa caminhada acelerada e durante o nado é de 4,2 MET, 10,1 MET e 5,4 MET, respectivamente. Em média, a quantidade de oxigénio consumida por todos os voluntários nos seus exercícios era de 4,5 MET, dedicando 66 minutos a actividades físicas. No entanto, 27% deles não dedicavam meia hora de seu dia à prática de desporto.
Com esses dados, os investigadores concluíram que um aumento de 1,2 MET na quantidade de oxigénio consumida durante exercícios reduz os riscos de cancro, especialmente de pulmão e na região gastrointestinal.
Durante o estudo, os cientistas avaliaram outros factores exógenos, como a idade, o consumo de álcool e tabaco, a alimentação e o índice de massa corporal.

Idosos fisicamente activos possuem melhor vasculatura cerebral


Uma pesquisa recente mostrou que idosos que praticam actividade aeróbica regular apresentaram uma melhoria da vasculatura cerebral.
O trabalho foi publicado na revista "American Journal of Neuroradiology". Através de uma técnica de angiografia por ressonância magnética, foi examinado o número e formato dos vasos sanguíneos cerebrais de sete idosos fisicamente activos e sete idosos sedentários, entre os 60 e 80 anos.
O grupo activo participou em actividades aeróbicas, no mínimo 180 minutos por semana nos últimos dez anos, e o outro grupo não apresentava historial de exercício físico regular. Os idosos activos exibiram um maior número de pequenos vasos e baixos valores de vasos tortuosos que os idosos com baixo nível de actividade física.
Os dados deste estudo estão de acordo com estudos anteriores que indicam que pessoas idosas aerobicamente activas tendem a preservar uma melhor anatomia cerebral que idosos sedentários. No entanto, mais pesquisas são necessárias para concluir se a actividade aeróbica em pessoas idosas previamente sedentárias pode reverter as alterações anatómicas e funcionais cerebrovasculares associadas ao avançar da idade.

Actividades físicas podem reduzir sentimento de falta de esperança

Homens que são fisicamente mais activos parecem ter uma visão mais optimista da vida, segundo estudo finlandês publicado na revista BMC Public Health.
Segundo os investigadores, do Hospital Universitário Kuopio, na Finlândia, a falta de esperança pode aumentar o efeito do sedentarismo nas doenças cardíacas e no risco de morte.
Os especialistas entrevistaram mais de 2.400 homens com idades entre 42 e 60 anos sobre o seu humor e nível de actividades físicas e avaliaram-nos quando ao condicionamento físico. As análises indicaram que aqueles que gastavam menos de uma hora por semana a fazer exercícios físicos de moderados a vigorosos eram 37% mais propensos a sentirem-se sem esperança, comparados com aqueles que se exercitavam pelo menos 2,5 horas semanais.
Os participantes que apresentaram mais altos níveis de desesperança tinham "características mais pronunciadas" de síndrome metabólica, um conjunto de sintomas que aumentam os riscos de doença cardíaca e diabetes tipo II. Também eram menos activos e estavam em pior forma física. E os exercícios vigorosos mostraram-se mais eficazes na redução desse sentimento negativo.
De acordo com os investigadores, mesmo considerando depressão, idade, tabagismo, nível socioeconómico e outros factores relevantes, a relação entre os níveis de actividade física e o sentimento de esperança permanecia considerável. E os resultados indicam que ser activo pode ajudar a "melhorar ou proteger contra sentimentos de desespero". Análises mais profundas mostraram que a depressão e esperança, embora distintas, estão relacionadas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Crise leva adolescentes a usar as 'litrosas' para beber à noite



Muitos jovens dos 13 aos 15 anos compram as bebidas de litro em lojas e não nos bares. É mais barato e não há qualquer controlo.
"A crise afecta a todos! Não são só os mais velhos que sofrem, os jovens também." É assim que Pedro de 15 anos explica as dificuldades de muitos adolescentes em adquirir álcool em bares. A alternativa é comprar "litrosas". Ou seja, garrafas de litro de bebidas alcoólicas em supermercados ou lojas de conveniência e trazê-las para a "noite".
Para os jovens que conversaram com o DN, um pequeno grupo das centenas que preenchiam uma das ruas junto à 24 de Julho, convívio sem álcool é impensável. A solução passa, para alguns, por trazerem as suas bebidas a um preço mais baixo do que se consumissem em bares e escolher locais na rua junto de bares de diversão nocturna. Controlo nas lojas garantem que não há nenhum, mesmo sendo eles menores.
Pedro apoia e compreende que os amigos recorram às "litrosas", sejam de cerveja, bebidas brancas ou misturas. Contudo, para quem recebe uma mesada de 160€ explicou que "são um peso desnecessário". "Prefiro as imperiais", salientou. Mas afinal com tanto dinheiro, como pode falar de crise? "Queria receber mais de mesada", responde peremptoriamente.
À sua frente, Vasco, 13 anos, mostra as poucas moedas que sobravam dos 20€ que recebeu dos pais para gastar num mês. Fazia contas, pois nesta noite havia optado por trazer uma garrafa de vodka de casa. "Mas alguém a roubou, bebi muito pouco", queixa-se. Encostado a um carro, desalentado, sempre com as moedas na mão, conta que sai para conviver e beber. "Esta semana tenho cinco testes, tenho de descontrair."
Do lado oposto está António, também de 13 anos. Tal como Vasco opta pelas "litrosas" ainda que dinheiro para si não seja um problema, apenas o faz por ser mais prático e vantajoso. Orgulhosamente defende que quando sai, fá-lo para beber. "Ah, e claro, também para conviver!". Ostenta o cartão de crédito que serve para emergências caso os 250€ de mesada acabem cedo. "Os meus pais não controlam o que gasto", assegura, acrescentando que compra as bebidas "nas lojas dos chineses ou nos indianos". "Nunca pedem identificação."
Timidamente Joana, 14 anos, olha para o movimento da rua. Alegria não falta entre os seus amigos, alguns a prepararem-se para ir buscar mais uma ronda de bebidas. "Eu não bebo, ou melhor, deixei de beber", refere. A razão é segredo, mas talvez prefira guardar os 20€ que recebe por mês para outras preferências. Demonstra algum nervosismo ao falar, mas desta vez já não esconde o porquê: "para sair à noite tive de dizer aos meus pais que ia dormir a casa de uma amiga. Se desconfiam? Sim, um pouco, mandam umas bocas, mas nunca tive problemas."
Para estes jovens os pais não são uma preocupação. É comum os conselhos que ouvem: "tem cuidado e não venhas tarde." Entendimento dos adolescentes: desde que cheguem a casa às cinco da manhã, nada acontece. Quando regressam um "pouco mais alegres" do que o recomendável, Vasco dá o exemplo do que se deve fazer: "ir direitinho para o quarto. É bom é conseguir dar com ele."

Fonte:


O Blogue do Desportista alerta para a importância da notícia acima e da problemática a ela adjacente.
Um estilo de vida saudável deixou de ser importante, para se tornar crucial na prevenção de doenças e melhoria nas condições de vida. Não só é importante sermos capazes de mudar o nosso estilo de vida (para um mais saudável), como é igualmente indispensável que consigamos elucidar os mais novos (e não só!) para o mesmo. Por isso, devemos sempre aconselhar à tomada de as decisões que sabemos ser, por vezes, as mais dificeis, mais trabalhosas, mais custosas, mas acima de tudo, as mais saudáveis! Contamos com a vossa ajuda!

sábado, 28 de novembro de 2009

Portugal com delegação do Observatório Europeu sobre Violência contra Mulheres




Portugal vai ter a partir de hoje uma delegação do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres do Lobby Europeu das Mulheres (LEM) que terá como missão principal alertar para as várias formas de violência de género.
O ramo nacional do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres do LEM, estrutura que em Portugal vai ser coordenada pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e pela Associação de Mulheres Contra a Violência, vai ser lançado hoje em Lisboa.
Com mais de 2500 organizações, o Lobby Europeu das Mulheres (LEM) é a maior organização não-governamental (ONG) da União Europeia, sendo a sua área de intervenção é a luta contra a violência sobre as mulheres e o acompanhamento das políticas ao nível europeu.
A presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, Sofia Fernandes, disse que o LEM tem um observatório, mas a prioridade neste momento é "a criação de antenas em cada um dos países".
Depois de terem sido criadas "antenas" na Irlanda, Dinamarca, Suécia e França, é agora a vez de Portugal ter um ramo do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres.
O observatório em Portugal pretende "consciencializar e tornar visível que a violência sobre as mulheres é uma questão transversal à sociedade e que há diferentes tipos de violência", adiantou Sofia Fernandes.

Outras formas de violência contra a mulher
"A violência de género não se restringe à violência doméstica, é muito mais abrangente. Engloba questões como a prostituição, tráfico, casamento forçado, crimes de honra, mutilação genital feminina, assédio no trabalho e violação", sublinhou.
A presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres afirmou que o observatório em Portugal quer "identificar as questões emergentes na área da violência contra as mulheres" e "tornar mais visível" esta matéria.
Lutar por "melhores políticas de apoio às vítimas da violência masculina" e a certificação dos profissionais que trabalham nos serviços de apoio são outras das prioridades do ramo nacional do observatório.
Segundo a presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, 45% das mulheres da União Europeia já foram vítimas de qualquer tipo de violência.
Criado em 2004, o Observatório sobre Violência Contra as Mulheres tem sede em Bruxelas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Banco Alimentar: fim-de-semana de recolha por todo o país


Os Bancos Alimentares Contra a Fome apelam mais uma vez à "solidariedade mais do que nunca necessária" em tempo de crise, para uma nova campanha de recolha de alimentos no próximo fim-de-semana (28 e 29 de Novembro).
A iniciativa deve envolver 27 mil pessoas na causa e quer "fazer face a um crescente número de pedidos de apoio que tem vindo a chegar aos Bancos Alimentares contra a Fome", explica a instituição.
De Janeiro a Junho, o Banco Alimentar contribuiu para a alimentação de mais de 267 mil pessoas, "com comprovadas necessidades", através de 1650 instituições de solidariedade social.
A campanha deste fim-de-semana decorre nos moldes tradicionais: nos estabelecimentos comerciais das zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel (Açores), Setúbal, Cova da Beira, Leiria, Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre e Braga.
Voluntários devidamente identificados vão convidar os portugueses a associarem-se a esta campanha e a destinarem as suas dádivas ao Banco Alimentar da respectiva região, aceitando um saco do Banco Alimentar e nele colocando bens alimentares não perecíveis, tais como leite, atum, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc..
O produto da campanha, ainda com recurso ao voluntariado, será distribuído de imediato localmente a pessoas com carências e acompanhadas ao longo do ano por voluntários visitadores.

Em simultâneo, decorre até dia 6 de Dezembro a campanha "Ajuda Vale", em todas as lojas das cadeias Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Modelo/Continente, Pingo Doce e Feira Nova.
Nesses estabelecimentos serão disponibilizados vales de seis produtos considerados básicos à alimentação. Cada cupão representa uma unidade do produto.

Vamos ajudar!

Estudo associa consumo de peixe a um menor risco de demência

Comer peixe regularmente pode ser uma boa forma de reduzir os riscos de desenvolver demência na velhice, segundo um estudo britânico.
Os autores, do King's College London, acreditam que o grande responsável por essa relação é o ómega 3, ácido gordo presente em alguns peixes, como o salmão.
Os investigadores avaliaram quase 15 mil pessoas com mais de 65 anos no Peru, México, China, Índia, Cuba, República Dominicana e Venezuela. E, em todos os países, com excepção da Índia, foi observado uma relação inversa entre o consumo de peixes e a prevalência de demência.
“Os nossos resultados estendem as descobertas sobre as associações do consumo de peixe com o risco de demência para populações de países em vias de desenvolvimento, e são consistentes com os dados mecanicistas sobre as acções protectoras dos ácidos gordos ómega 3 de cadeias longas, comummente encontrado em peixes”, explica o investigador Emiliano Albanese.

20 minutos de exercícios garantem 12 horas de bem-estar


Investigadores norte-americanos dizem que a endorfina, hormona neurotransmissora de bem-estar, continua a agir por cerca de 12 horas após a prática de exercício.
Essas substâncias químicas conduzem impulsos eléctricos aos neurónios, proporcionando uma sensação de conforto contínua e não apenas temporária, como se acreditava até então.
Foram observados 48 voluntários, que se dividiram em dois grupos: metade praticou exercícios físicos durante os testes e o restante permaneceu sedentário. Antes de iniciarem os testes, os participantes responderam a questionários sobre sua disposição mental e seus hábitos alimentares.
Em seguida, os integrantes do grupo da actividade física pedalaram por 20 minutos em intensidade moderada por 10 dias consecutivos para testar o humor e a disposição do grupo em relação às características apresentadas pelos pacientes sedentários. Embora os níveis de endorfina tenham caído rapidamente na circulação, o seu tempo de actuação na massa cinzenta é suficiente para anular o stress e o cansaço por um tempo muito maior, o que pode ser a resposta para o tratamento de doenças como a depressão.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Estudo diz que mais de 1,5 mil milhões de pessoas terão hipertensão em 2025


Cerca de 1,56 mil milhões de adultos sofrerão de hipertensão em todo o mundo em 2025, segundo um estudo publicado pela revista médica britânica "The Lancet".
No ano 2000, um total de 972 milhões de pessoas, ou 26,4% da população adulta do planeta, já tinha uma elevada pressão sanguínea. Esses números não incluem, no entanto, a chamada pré-hipertensão, ou seja, a pressão sanguínea um pouco mais alta que o normal. Somente na China, a hipertensão está na origem de mais de 1 milhão de mortes prematuras (antes dos 72 anos nos homens e de 75 nas mulheres) e de mais de 2 milhões de mortes no total por ano. Em 2005, cerca de 2,3 milhões de mortes por causas cardiovasculares ocorridas na China foram atribuídas directamente à pressão sanguínea. Essa é a conclusão do artigo do investigador Jiang He, da Tulane University School of Public Health and Tropical Medicine, no Estado norte-americano de Louisiana. «A hipertensão é a principal causa das mortes na China por razões que poderiam ser prevenidas», segundo os autores do estudo, que aconselham, entre outras coisas, a redução da ingestão de sal diária e uma mudança geral no estilo de vida.

E o aviso está dado: é bom que nos esforcemos para conseguir modificar o nosso estilo de vida, para evitar, entre outros cenários, um futuro hipertenso!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dançar tango pode ajudar pessoas com doença de Parkinson e Alzheimer

Hospitais e clínicas psiquiátricas estão a utilizar o tango, estilo de dança argentino, para o tratamento de doenças neurodegenerativas e outros problemas. Numa reportagem publicada esta semana na agência Reuters, os especialistas destacam que a prática melhora o equilíbrio, a auto-estima, a coordenação motora e até a memória dos doentes de Parkinson e Alzheimer. De acordo com a Reuters, a dança é utilizada na Itália e na Austrália para o tratamento das duas doenças degenerativas, além de fobias e traumas gerados pela separação de um casal. Nos Estados Unidos, investigadores da Universidade de Washington descobriram que as aulas de tango têm bons resultados no equilíbrio dos pacientes com doença de Parkinson. Por outro lado, os complexos passos da dança terão ajudado a memória de doentes na Grã-Bretanha, enquanto também está a ser utilizada em terapias de casal na Itália, promovendo a interacção entre os parceiros. “O tratamento não é apenas terapia e medicamentos, é dar aos pacientes um bom momento para se divertir consigo mesmos, destacou a psicóloga Trinidad Cocha, que ensina tango semanalmente no Hospital Borda, em Buenos Aires. “Eles relaxam, e todos os rótulos desaparecem. Aqui, não somos médicos, enfermeiros, músicos ou pacientes. Somos apenas dançarinos de tango”, complementa a especialista. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar os benefícios clínicos da dança e os mecanismos envolvidos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Idosos fisicamente activos possuem melhor vasculatura cerebral


Uma pesquisa recente mostrou que idosos que praticam actividade aeróbica regular apresentaram uma melhoria da vasculatura cerebral. O trabalho foi publicado na revista "American Journal of Neuroradiology". Através de uma técnica de angiografia por ressonância magnética, foi examinado o número e formato dos vasos sanguíneos cerebrais de sete idosos fisicamente activos e sete idosos sedentários, entre os 60 e 80 anos. O grupo activo participou em actividades aeróbicas, no mínimo 180 minutos por semana nos últimos dez anos, e o outro grupo não apresentava historial de exercício físico regular. Os idosos activos exibiram um maior número de pequenos vasos e baixos valores de vasos tortuosos que os idosos com baixo nível de actividade física. Os dados deste estudo estão de acordo com estudos anteriores que indicam que pessoas idosas aerobicamente activas tendem a preservar uma melhor anatomia cerebral que idosos sedentários. No entanto, mais pesquisas são necessárias para concluir se a actividade aeróbica em pessoas idosas previamente sedentárias pode reverter as alterações anatómicas e funcionais cerebrovasculares associadas ao avançar da idade.
Não se esqueça: praticar exercício físico regular traz imensos benefícios tanto a nível físico como psicológico!

Portugueses pioneiros em estudo da cafeína no Alzheimer


Nos últimos tempos, sucedem-se os estudos demonstrando o efeito protector da cafeína em relação ao desenvolvimento de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa sem cura. Tudo começou em 2002, com a publicação de um artigo de dois investigadores portugueses. Esta é a história desse artigo pioneiro, no 'European Journal of Neurology'.
Um estudo publicado esta semana no Journal of Alzheimer Disease mostra que uma dose de cafeína equivalente a cinco chávenas diárias de café permite reduzir significativamente, no cérebro e no sangue de ratos idosos com Alzheimer, os níveis da proteína ligada à doença, diminuindo também os seus sintomas. Este é só o último de uma série de estudos nesta área, que se iniciaram no final da década de 90, pela mão de dois portugueses: Luís Maia e Alexandre Mendonça. Um pioneirismo que tem uma história e cujo futuro parece promissor.
Psicólogo de formação, Luís Maia decidiu fazer no final da década de 90 um mestrado diferente. Rumou à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e foi aceite no mestrado de neurociências. Sob a orientação de Alexandre Mendonça, neurologista e especialista em doenças neurodegenerativas no Hospital de Sta. Maria, em Lisboa, o hoje professor e investigador da Universidade da Beira Interior lançou-se numa investigação que acabou por um abrir um novo caminho. "Em 1999 saiu um artigo de cientistas norte-americanos, no qual se relatava um efeito neuro-protector da nicotina na doença de Parkinson", contou ao DN Luís Maia. Por essa altura, estavam também a ser desenvolvidos estudos para se perceber que factores poderiam ser neuroprotectores no envelhecimento. As xantinas, substâncias-primas da cafeína, tinham bons resultados em ensaios clínicos, em alguns países, e deste contexto surgiu a ideia de estudar a cafeína - um dos produtos "mais consumidos do mundo", sublinha Luís Maia -, em relação à doença de Alzheimer. "Lembrámo-nos de trabalhar com os doentes do Serviço de Neurologia do Hospital de Sta. Maria, olhando para a sua história de vida, e tentar perceber se a cafeína podia ser isolada como factor neuroprotector da doença", conta.
A pergunta era arriscada e o resultado poderia ter sido negativo. Mas o que aconteceu foi o contrário. "Utilizámos uma metodologia muito refinada, o estudo de caso - controlo emparelhado", explica o psicólogo. Durante um ano, foram avaliados 72 doentes de Alzheimer e comparados com 72 pessoas saudáveis com características de género, sociodemográficas, de idade e de escolaridade idênticas. "Para encontrarmos as pessoas tivemos de contactar mais de 150", lembra o investigador. Os resultados compensaram. Comparando a ingestão de café dos doentes nos 20 anos que antecederam o diagnóstico, com o mesmo período nas pessoas saudáveis, e também no pós-diagnóstico para os primeiros e no mesmo período para os saudáveis, verificou-se que os saudáveis haviam ingerido mais do dobro do café no primeiro período considerado, e quase o quádruplo no segundo.

Conclusão: quem não consome café tem um risco acrescido em 40% de desenvolver a doença de Alzheimer.

Estava aberto caminho a novos estudos. Alexandre Mendonça continua a desenvolver investigação na área. Luís Maia continua a trabalhar em doenças neurodegenerativas. Mas, cafeína, só nas duas a três chávenas que bebe todos os dias.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cientistas conseguem fazer com que células de melanoma se autodestruam

Foi identificado um composto capaz de desencadear a autodestruição de células de melanoma, abrindo portas para o fabrico de novos fármacos para o cancro da pele. Trata-se de uma molécula sintética que activa dois programas de morte celular: a apoptose e a autofagia (a apoptose é uma modalidade específica de morte celular, ligada ao controlo do desenvolvimento e do crescimento, enquanto a autofagia é um processo pelo qual as células são digeridas).
Um grupo de cientistas espanhóis, do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas (CNIO, na sigla em inglês), dirigido por María Soengas, tinha conseguido, em pesquisas anteriores, encontrar os compostos capazes de activar a apoptose em células de melanoma, mas estes medicamentos tinham sérios efeitos colaterais ou não eram suficientemente potentes contra a metástase. "O interessante" deste estudo, publicado no último número da revista científica "Cancer Cell", é ter descoberto o modo pelo qual se activam simultaneamente os dois processos de morte celular, segundo María, que especificou que, até ao momento, os medicamentos só eram capazes de activar um destes processos e não os dois ao mesmo tempo. "Vimos que com ratos é efectivo, agora temos que melhorar a administração e a eficácia", afirmou.
Na imagem: vaso sangíneo de um melanoma

Investigadora espanhola procura a influência da música em células cerebrais

Uma investigadora espanhola está a tentar identificar a influência da música nas células-tronco do cérebro, procurando perceber, por exemplo, se música nos hospitais pode favorecer a cura dos doentes.
A médica e musicoterapeuta Neysa Navarro iniciou a tese de doutoramento há quase quatro anos na Universidade de Valladolid, em Espanha, e pretende provar se a música tem influência na reprodução ou morte de neurónios das células-tronco de um rato.
A equipa de Navarro tem medido a influência de três parâmetros - música, silêncio e ruído - numa quantidade determinada de células para demonstrar se se reproduziram mais ou menos, se morreram ou se os seus neurónios sofreram alterações.
Esperemos que seja bem sucedida!

Estudo comprova que actividades físicas melhoram o sono das crianças


Um estudo recente valida cientificamente o que muitos pais já sabiam: a criança que faz actividades físicas regulares adormece mais rapidamente.
Segundo os autores do estudo, publicado na revista Archives of Disease in Childhood, cair no sono mais rapidamente está associado a uma maior duração do sono. Os investigadores registaram 871 crianças de mães australianas no nascimento, incluindo, sete anos depois, 591 dessas crianças no estudo. Utilizando medidores de actividade na cintura dessas crianças, os especialistas notaram que a demora média para uma criança adormecer seria de 26 minutos. Para cada hora de sedentarismo durante o dia, havia um aumento de 3,1 minutos no tempo que ela gastava a tentar dormir. “Essas descobertas enfatizam a importância da actividade física para crianças, não apenas para a forma física, a saúde cardiovascular e o controlo de peso, mas também para promover o bom sono”, concluíram os autores.

Alimentos aliados do Verão

Para proteger. Para bronzear. E para hidratar. Quais são os alimentos que ajudam a viver um Verão mais saudável? Uns existem durante todo o ano, outros são mais frequentes nesta época. Mas todos apresentam propriedades benéficas. Saiba quais são.

Para proteger
Não substituem (de forma nenhuma!) o protector solar, mas alimentos com cor avermelhada, como o tomate, a melancia, os morangos ou as cerejas, têm uma palavra a dizer no que respeita à protecção do organismo contra a acção dos raios solares. É que a substância que lhes dá essa cor, denominada licopeno, tem uma poderosa acção antioxidante que se crê ser uma mais-valia na protecção contra os raios ultravioletas e, consequentemente, contra o envelhecimento prematuro da pele. Mas o poder do licopeno vai ainda mais longe: várias pesquisas científicas têm verificado que o seu consumo está associado a uma diminuição do risco de patologias crónicas, como o cancro - as evidências mais fortes têm sido concernentes ao cancro da próstata, pulmão, ou estômago - e doenças cardiovasculares.
O tomate maduro ou os seus derivados que incluam a casca (molho ou polpa de tomate) são, de longe, os alimentos com maiores quantidades de licopeno. Curiosamente, esse antioxidante é absorvido de modo mais eficaz pelo organismo quando o tomate é cozinhado. Por outro lado, uma vez que é uma substância lipossolúvel (dissolve-se na gordura), deve-se juntar, idealmente, um pouco de azeite, para uma melhor absorção. O licopeno concentra-se sobretudo na casca do tomate e próximo dela, pelo que se torna assim preferível consumir este alimento com casca.
Por isso, já sabe: use e abuse, por exemplo, das saladas de tomate, este Verão, temperadas com azeite (e vinagre)! E, por que não, acompanhadas de uma bela sardinha assada? Trata-se de uma refeição muito típica desta época, e apresenta bastantes benefícios, já que a sardinha é um bom fornecedor de proteínas de elevado valor biológico, ácidos gordos insaturados (predominantemente os ómega 3) que auxiliam na protecção das doenças cardiovasculares.

Para bronzear
Se deseja um bronzeado belo e duradouro, os alimentos ricos em betacaroteno podem dar uma ajuda. As principais fontes dessa substância pró-vitamina A são a cenoura, abóbora, mamão, manga, batata-doce, mas também pode ser encontrada, em quantidades menores, nos espinafres, bróculos, couve, etc.
O betacaroteno é um antioxidante, que, além de beneficiar a visão, combater a acção dos raios ultravioletas, aumentar a imunidade, dar elasticidade à pele, aumentar o brilho dos cabelos e o fortalecimento das unhas – e uma série de outras acções benéficas para a saúde –, está envolvida no aumento da coloração da pele. Quando transformado em vitamina A no nosso organismo, conduz à formação de melanina, pigmento responsável por proteger a pele dos raios ultravioletas e pela cor bronzeada que vai adquirindo com a exposição ao sol.
Por isso, já sabe, para manter um bronzeado homogéneo e duradouro não tem de correr riscos desnecessários ao expor-se ao sol: coma cenoura e outros alimentos ricos em betacaroteno! Mas sem abusar: uma vez que o consumo excessivo de betacaroteno poderá desencadear um efeito colateral: o aparecimento de uma coloração amarelada nas palmas da mão e no resto da pele, denominada por hipercarotenodermia. Por isso, nada de exageros! O melhor conselho é um consumo variado e diário de 400 gramas de frutas e produtos hortícolas.

Para hidratar
A água é, sem dúvida, o principal aliado do Verão. Porque, durante esta época, as necessidades desse bem essencial aumentam, já que as perdas de água do nosso organismo – devido ao calor – são mais elevadas. Um adulto perde uma elevada quantidade de água por dia, através da urina, das fezes, da respiração e da sudação – que aumenta com a prática de actividade física e com o calor –, pelo que é imperioso ingerir água numa quantidade que compense as perdas. Os especialistas aconselham que se beba aproximadamente, pelo menos, 1,5 litros de água por dia (cerca de oito copos), já que, habitualmente, obtemos a restante quantidade de que necessitamos através dos alimentos. Contudo, segundo um estudo recente do comité científico do Instituto de Hidratação e Saúde, a maioria dos portugueses não bebe a quantidade de líquidos recomendada!
Essa tendência deve ser invertida. Afinal, um consumo insuficiente de água pode levar a um estado de desidratação, cujos sintomas são dores de cabeça, cansaço e perda de concentração. A desidratação crónica pode provocar graves problemas de saúde, como obstipação e cálculos renais. Note que a sensação de sede só se desenvolve quando os níveis de hidratação do organismo atingem valores abaixo do desejável. Ou seja, é sinal de que o nosso organismo já perdeu entre um a dois por cento da água de que necessita. Assim, não se deve hidratar apenas quando tem sede. Por outro lado, deve-se ter em conta que a percepção da sensação de sede vai diminuindo com a idade…
Para além da água, as infusões, as tisanas e a cevada são também uma boa opção para hidratar. E atenção ao consumo de café e cerveja, nesta época! É que alguns estudos têm demonstrado que o consumo de café e bebidas alcoólicas podem levar à desidratação. Por isso, ter sede não é uma boa razão para se beber cerveja – deve-se sempre optar pela água!

Outros alimentos aliados do Verão
Foram mencionados apenas alguns alimentos que podem ser aliados do seu Verão, para proteger, para bronzear ou hidratar. Mas há muitos outros. Aproveite a variedade de frutas disponíveis nesta época – ricas em vitaminas e sais minerais, sempre uma mais-valia para a nossa saúde –, e até as possibilidades de um grelhado! Experimente novos sabores – como produtos hortícolas e fruta grelhados – e prefira o peixe à carne…
Aproveite esta época para diminuir o consumo de gorduras e açúcares, e praticar uma alimentação mais “leve” (e não necessariamente menos saborosa!), rica em hortofrutícolas. No entanto, hábitos alimentares saudáveis devem ser adoptados durante todo o ano, e não apenas no Verão. Por exemplo, o tomate e seus derivados, que constatámos que são ricos em licopeno, um poderoso antioxidante que protege de várias doenças, está disponível durante todo o ano e, por isso, deve ser consumido frequentemente.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Substância presente no vinho tinto previne infecções graves


Uma equipa de cientistas da universidade escocesa de Glasgow anunciou ter descoberto que um anti-oxidante que existe em grandes quantidades no vinho tinto previne infecções que podem degenerar em septicémias (infecções generalizadas do corpo). Este anti-oxidante (o resveratrol) encontra-se na pele das graínhas da uva e em muito maior quantidade no vinho tinto do que no vinho branco. Também já lhe foram atribuídos outros benefícios para a saúde: prevenir a formação de coágulos e combater o cancro.
Numa experiência com dois grupos expostos a um potente agente de infecção, a equipa de cientistas descobriu que o grupo que não tinha feito um tratamento prévio à base de resveratrol desenvolveu uma reacção grave semelhante a uma septicémia, que pode causar falha generalizada dos órgãos e a morte. Por outro lado, o grupo que recebeu doses de resveratrol não desenvolveu qualquer tipo de infecção.
Segundo os investigadores, o resveratrol impede a formação de duas enzimas que têm um papel fulcral no desenvolvimento de inflamações graves, a sphingosine kinase e a phospholipase D.
«Doenças inflamatórias severas como a septicémia são muito difíceis de tratar e muita gente morre por falta de tratamento», explicou o médico Alirio Melendez, um dos cientistas da equipa da universidade de Glasgow. «Ainda por cima, muitas pessoas que sobrevivem a uma septicémia saem dela com uma péssima qualidade de vida devido aos danos causados pela infecção aos diversos órgãos internos. O objectivo último do nosso estudo era o de identificar uma nova terapia para ajudar no tratamento de doenças inflamatórias severas», explicou.
Esta descoberta foi publicada no jornal da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental (FASEB, no acrónimo em inglês). «O potêncial terapêutico do vinho tinto estava engarrafado desde há milhares de anos e agora os cientistas descobriram os segredos, identificaram a forma como a acção do resveratrol pode gerar novos tratamentos contra infecções mortais», declarou o director do jornal da FESAB, Gerald Weissman.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Os inimigos da pele

A pele é o maior dos órgãos do nosso corpo. É também o mais visível e o mais exposto a incidências de factores exteriores; por isso é um autêntico cartão de visita.
Com o envelhecimento, a pele torna-se mais seca e enrugada. Começam também a aparecer manchas e nódulos e as cicatrizações tornam-se mais lentas. Grande parte destas alterações são naturais, inevitáveis e inofensivas. Mas algumas, como os cancros da pele, são muito sérias e exigem um tratamento imediato. As rugas que se vão formando na pele dependem do período de exposição solar a que foi sujeita. Mas os cigarros podem também dar o seu contributo, assim como a hereditariedade.
O sol é a principal causa das indesejáveis rugas que vão surgindo com o envelhecimento. Para evitar as rugas provocadas pelo sol, é necessário começar logo na infância, usando um creme protector solar com um factor de protecção nunca inferior a 15. É também recomendável o uso de um chapéu e evitar sempre a exposição excessiva ao sol. À medida que envelhecemos, a nossa pele vai-se tornando cada vez mais seca. Isto pode resultar numa pele flácida ou com um aspecto escamoso. Os casos ligeiros de pele seca podem ser tratados por meio de produtos adequados usados após o banho, enquanto a pele está ainda húmida. Um especialista poderá aconselhar na escolha dos mais apropriados para as condições particulares de cada pele. Também se podem acrescentar óleos à água do banho. A água muito quente é menos adequada para a pele seca do que a simples água morna. Após o banho, é aconselhável a aplicação imediata de um produto hidratante. Os casos sérios de pele flácida ou escamosa podem ser sinais de problemas mais graves. A irritação e comichão são também problemas muito comuns. Geralmente associado à pele seca, podem ter outras causas, como certos tecidos ou sabonetes. Identificar e evitar a exposição às causas é o mais importante.

O maior inimigo
As excrescências e lesões na pele tornam-se geralmente mais vulgares com o envelhecimento. Podem ser completamente inofensivas. Mas podem também indicar a existência de cancro da pele que exige tratamento imediato. A maioria são provocados por anos e anos de exposição ao sol. Entre as alterações mais comuns figuram as manchas encarnadas e escamosas. No seu estado inicial podem ser tratadas através da aplicação de um creme adequado. Quando ignoradas podem degenerar e transformar-se em cancros da pele que só poderão ser removidos cirurgicamente. O carcinoma escamoso das células surge tipicamente nos bordos das orelhas, na face, nos lábios e nas costas das mãos. Estes cancros da pele destroem o tecido normal e podem eventualmente espalhar-se, chegando mesmo a atingir os órgãos internos. O mais comum dos cancros da pele designa-se por carcinoma basal das células. Surge normalmente como uma espécie de borbulha na cabeça, no pescoço ou no peito. É mais habitual nas pessoas idosas e magras com cabelo louro ou ruivo e olhos azuis ou verdes. Quando não são tratados, estes cancros da pele podem sangrar e formar crostas. Crescem lentamente e raramente se espalham a outras partes do corpo. Quando tratados atempadamente, o carcinoma escamoso e o carcinoma basal são quase sempre curáveis.

O perigo do sol
O melanoma maligno é uma forma de cancro menos habitual, mas muito mais perigosa. Este cancro da pele surge normalmente como uma espécie de crosta, castanha escura ou negra, com bordos irregulares. Os homens com idades superiores a 50 anos correm um risco maior de contrair melanoma, embora este tipo de cancro possa afectar uma pessoa em qualquer idade. O melanoma tem sido associado a sérias queimaduras solares durante a infância. As localizações mais habituais do melanoma são as costas, o peito e o abdómen. Nas mulheres, manifesta-se muitas vezes na parte inferior das pernas.
Algumas das modificações cutâneas resultantes do envelhecimento não causam preocupações especiais. As mais comuns entre os idosos são:

  • Manchas acastanhadas - São provocadas pelo sol e surgem habitualmente no rosto, nas mãos, nas costas e nos pés. São geralmente inofensivas, a não ser que evoluam e se transformem em áreas escuras e de forma irregular. Nestes casos, podem ser uma forma de melanoma e exigem avaliação e tratamento.
  • Quistos castanhos ou negros - Parecem implantados na superfície da pele. Não são cancerosos e são muito comuns nos idosos. Quando incómodos, podem ser facilmente retirados.
  • Pequenas borbulhas de um encarnado brilhante – Devem-se à dilatação e inflamação dos vasos sanguíneos. Ocorrem em mais de 85% dos idosos, usualmente no tronco. Podem ser removidas por um especialista.
  • Dilatação dos vasos sanguíneos faciais - Está relacionada com os efeitos do sol. As doenças da pele mais comuns entre os idosos são a herpes zoster, as veias varicosas, as úlceras nas pernas e a dermatite seborreica.
  • Herpes zoster - É causada por um vírus. O resultado são borbulhas e pústulas irritantes no couro cabeludo, no rosto, no tronco ou nas extremidades. Esta doença geralmente só ataca um dos lados do corpo. Os sintomas iniciais são dores musculares e fadiga. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum e doloroso entre os adultos e idosos. A herpes zoster pode assumir certa gravidade e provocar complicações. O dermatologista deve ser consultado imediatamente, especialmente se a doença aparecer perto dos olhos. O tratamento é mais eficiente quando iniciado assim que aparecem os sintomas.
  • Dermatite seborreica - Os seus sintomas são a aparição de escamas de aspecto gorduroso. Geralmente afecta áreas do corpo com alta concentração de glândulas sebáceas, como o couro cabeludo, o nariz, as sobrancelhas, por trás das orelhas e a parte média do peito. Pode ser facilmente combatida e até pode desaparecer por si mesma, mas tem tendência para reaparecer. A lavagem frequente pode ser muito útil. Mas também poderão ser aconselháveis medicamentos tópicos e champôs específicos.
  • Veias varicosas – Corresponde às situações em que as veias das pernas se tornam azuladas e protuberantes. São comuns entre os idosos e geralmente não representam nenhum perigo grave. A dor associada às veias varicosas pode ser aliviada evitando-se permanecer por muito tempo em pé, mantendo os pés elevados quando sentado ou deitado e através do uso de meias e ligaduras elásticas. Os casos mais sérios podem ser tratados por meio de uma cirurgia.
  • Úlceras varicosas - As mesmas causas que provocam as varizes podem também provocar as úlceras varicosas. Muitas vezes chegam a infectar e podem durar meses ou mesmo anos. As úlceras nas pernas podem também ser causadas por uma circulação sanguínea deficiente, uma situação que se associa normalmente a outros problemas, como a arterioesclerose, a hipertensão e a diabetes.
  • Hemorragias - Muitos idosos queixam-se de manchas negras ou azuladas causadas por hemorragias superficiais, em especial nos braços e nas pernas. São normalmente resultantes de a pele se tornar mais frágil com a idade e os efeitos do sol. Quando localizadas em zonas habitualmente cobertas por roupa devem ser avaliadas clinicamente. Por vezes podem ser provocadas por certos medicamentos que interferem nos factores de coagulação do sangue ou por outras doenças.

Procure um dermatologista
Embora muitas das alterações que a nossa pele vai registar com o envelhecimento não sejam preocupantes, há alguns sinais de problemas mais sérios que não devem ser ignorados.
É aconselhável que procure um dermatologista se notar alguma modificação na pele ou aparecimento de manchas, borbulhas e/ou crostas como as referidas anteriormente.

sábado, 20 de junho de 2009

Protectores Solares: o que mudou na legislação para proteger os consumidores




Os produtos de protecção solar têm novas regras, para que a sua pele fique (ainda) mais protegida!
A União Europeia queria os rótulos dos produtos de protecção solar mais objectivos e obrigou as marcas a uniformizar as embalagens destes cosméticos, para melhorar a informação relativa ao modo de aplicação dos mesmos e aumentar o alerta sobre os perigos da exposição solar.
O documento aprovado pela UE data de 2006 e tem o estatuto de recomendação, mas obrigatoriamente todos os estados-membros deverão respeitá-lo.

Fórmulas melhoradas
Para que os protectores contenham uma protecção efectiva contra os danos solares, a Comissão Europeia defende que todas as fórmulas, sem excepção, devem proteger não só contra os raios UVB (principais responsáveis pelas queimaduras solares e cancro cutâneo) como também contra os raios UVA (igualmente responsáveis pelo cancro da pele e envelhecimento cutâneo prematuro).
Por outro lado, visto nem a fórmula mais completa poder garantir uma protecção integral contra os raios ultravioleta, as embalagens não deverão conter designações erróneas como «ecrã total» ou «protecção total». Mais, para que um produto seja considerado protector solar deve conter, no mínimo, uma protecção de nível seis contra os UVB. O filtro contra os UVA deverá equivaler a um terço da protecção total do produto.
Fim aos índices de protecção
As referências quanto à eficácia destes cosméticos devem ser simples, claras e uniformes de forma a permitir ao consumidor comparar os produtos e escolher o mais adequado a cada tipo de pele. Por considerar que os índices de protecção solar utilizados não servem o objectivo de clareza exigido, a Comissão Europeia propôs a substituição dos índices numéricos pelas categorias «fraca», «média», «alta» e «muito alta».
Segundo o comunicado europeu, os factores de protecção Solar (FPS) induzem os consumidores em erro. «Um produto com FPS 30 parece proteger duas vezes melhor que um de FPS 15. No entanto, este absorve 93 por cento dos raios UVB, enquanto o primeiro absorve 97 por cento das radiações. Por último, os FPS superiores a 50 não aumentam substancialmente a protecção solar».
Numa primeira fase, as novas categorias deverão ter pelo menos a mesma visibilidade que os FPS, prevendo-se que, a prazo, estes venham a desaparecer por completo.

Embalagens mais informativas
A Comissão Europeia pediu ainda aos fabricantes rótulos mais informativos, nomeadamente quanto às precauções e riscos associados à exposição solar e a inclusão de instruções claras quanto ao modo de utilização. Assim, passaram a surgir nas embalagens avisos como:
«Não se exponha demasiado ao sol mesmo utilizando um produto de protecção solar»
«Não exponha bebés e crianças pequenas directamente ao sol»
«A exposição solar excessiva constitui uma séria ameaça à saúde humana»
«Aplique o protector solar antes de se expor ao sol»
«Renove a aplicação regularmente, sobretudo se transpirou, molhou ou limpou com a toalha»
«Atenção, ao reduzir a quantidade de produto aplicado diminui consideravelmente o nível de protecção»

Para ter acesso ao documento aprovado pela UE consulte:

Livre-se da Hipertensão!


A hipertensão atinge cerca de dois milhões de portugueses.

É um reconhecido factor de risco das doenças cardiovasculares e, só em Portugal, atinge cerca de dois milhões de pessoas. Mas a hipertensão é, muitas vezes, uma doença silenciosa, estimando-se que apenas metade tenha conhecimento de que sofre de pressão arterial elevada. Urge, por isso, mais informação sobre esta patologia.

O que é a hipertensão?
Quando se mede a pressão arterial, registam-se dois valores: um mais elevado, que se produz quando o coração se contrai (sístole); e outro mais baixo, que corresponde à relaxação entre um batimento e outro (diástole). Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os valores de referência situam-se entre os 120 e 130 mm Hg (milímetros de mercúrio) para a pressão sistólica, e os 80 e 85 mm Hg para a diastólica. Quanto a pressão sistólica (chamada de «máxima») é igual ou superior a 140 mm Hg, e/ ou a pressão diastólica (chamada de «mínima») é igual ou superior a 90 mm Hg, está-se perante um caso de hipertensão (geralmente, tanto a pressão sistólica como a diastólica são elevadas, mas pode ocorrer apenas um dos valores estar aumentado).
Contudo, qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial acima de 140/ 90 mm Hg sem que seja considerado hipertenso. Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados, em múltiplas medições, em diferentes horários e posições e condições (repouso, sentado ou deitado) caracteriza a hipertensão arterial.

Como se faz o diagnóstico da doença?
O diagnóstico é feito através da medição da pressão arterial e pela verificação de que os seus níveis estão acima do limite normal, em várias medições sucessivas e em dias diferentes. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, três avaliações seriadas. Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez que a pressão arterial num adulto pode variar devido a factores como o esforço físico ou o stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofre de hipertensão arterial.

Quais são as causas da hipertensão?
Cerca de 90% dos casos de pressão arterial elevada têm uma causa desconhecida, chamando-se a essas situações hipertensão primária. Quando a causa é conhecida, a afecção denomina-se hipertensão secundária.
Entre 5% e 10% dos casos têm como causa uma doença renal, e entre 1% e 2% têm a sua origem numa perturbação hormonal ou no uso de certos fármacos.

Há factores de risco?
A obesidade, o sedentarismo, o consumo excessivo de sal e/ou de álcool, o tabagismo e o stress são, provavelmente, factores de risco no aparecimento da hipertensão arterial em pessoas que possuem uma sensibilidade hereditária. A idade também é outro factor a ter em atenção. Em geral, quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver hipertensão arterial. Cerca de dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos são hipertensas.

Pode-se prevenir a hipertensão?
A adopção de um estilo de vida saudável constitui a melhor forma de prevenir a hipertensão arterial. Assim, recomenda-se:

  • Redução da ingestão de sal;
  • Preferência por uma dieta rica em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas;
  • Prática regular de exercício físico;
  • Consumo moderado de álcool (um máximo de 30 ml de etanol por dia nos homens, e 15 ml por dia para as mulheres);
  • Cessação tabágica;
  • Redução de peso, no caso dos indivíduos obesos;
  • Controlo do stress.
Quais os sintomas que estão associados à doença?
Habitualmente, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas (a única maneira de a detectar é verificando valores tensionais elevados, através da medição da pressão arterial). Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo, manifestar-se através de sintomas como dores de cabeça, tonturas, cansaço ou um mal-estar vago e difuso – sinais que são comuns a várias outras doenças. No entanto, com o decorrer dos anos, uma hipertensão não tratada acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais (o cérebro, o coração e os rins), provocando sintomas e sinais de alerta vários.

Quais os problemas que a hipertensão pode desencadear?
Quando a pressão arterial elevada não é tratada, o risco de se desenvolver uma doença cardíaca (como a insuficiência cardíaca ou um enfarte de miocárdio), uma insuficiência renal e um acidente vascular cerebral (AVC) aumenta. Aliás, a hipertensão arterial é o maior factor de risco de um AVC – a principal causa de morte em Portugal – e é também um dos três factores principais de risco de enfarte do miocárdio (juntamente com o hábito de fumar e o colesterol elevado). Para além de poder levar a lesões graves nos órgãos vitais – e, consequentemente, a incapacidades e até à morte –, a hipertensão arterial é também um factor de risco para aterosclerose (espessamento e perda de elasticidade das artérias). Por isso, praticamente todos os órgãos do corpo podem sofrer lesões.

Quais as formas de tratamento?
A hipertensão arterial, como doença crónica que é, não tem cura. Contudo, é possível um controlo eficaz, baseado na reformulação dos hábitos de vida, e, se necessário, também através de medicação.

Tratamento não farmacológico
A adopção de um estilo de vida saudável proporciona, geralmente, uma descida significativa da pressão arterial. A prática de uma alimentação equilibrada – nomeadamente uma redução no consumo de sal e de álcool – e de exercício físico regular são medidas recomendadas. A diminuição do consumo de sal reduz a pressão arterial em grande número dos hipertensos – e não é, necessariamente, uma medida difícil de cumprir! A habituação ao sabor salgado é facilmente moldável e, por isso, em poucas semanas, as papilas gustativas habituar-se-ão aos novos sabores. Já através de uma prática física regular também se pode reduzir significativamente a pressão arterial. O exercício escolhido deve compreender movimentos cíclicos (como marcha, corrida, natação ou dança, por exemplo). A perda de peso (no caso dos doentes com excesso de peso ou obesidade), a diminuição do stress, a cessação tabágica e a minimização do uso de medicamentos que possam elevar a pressão arterial (como anticoncepcionais orais ou anti-inflamatórios) são outras medidas desejáveis.

Tratamento farmacológico
Quando as medidas não farmacológicas são insuficientes tem que se recorrer aos medicamentos. No entanto há que lembrar que os fármacos também não curam a hipertensão: só a controlam. Por isso, uma vez iniciado, o tratamento medicamentoso deverá, em princípio, ser continuado a mantido por toda a vida. Hoje em dia, existem muitos fármacos eficazes na redução da pressão arterial. Compete ao médico decidir qual o mais apropriado. Em alguns casos, não basta apenas um, sendo necessária uma medicação combinada. Quando judiciosamente utilizada, a terapêutica permite controlar a hipertensão na esmagadora maioria dos casos. De qualquer modo, o tratamento farmacológico não dispensa, claro, a adopção de hábitos de vida mais saudáveis!

Todos devem vigiar a pressão arterial!
Damos-lhe um conselho: meça a sua tensão arterial!

Os números são elucidativos: existem cerca de dois milhões de portugueses hipertensos, mas apenas metade sabe que tem a doença. Talvez porque a fase inicial da hipertensão arterial se caracteriza, muitas vezes, pela ausência de quaisquer sintomas. Por isso, a medição regular da tensão arterial deve ser um hábito a seguir. Todos os adultos, em particular os obesos, os diabéticos e os fumadores ou com história de doença cardiovascular na família, devem medir a sua pressão arterial, pelo menos uma vez a cada 3 meses. A detecção precoce e o controlo adequado da hipertensão arterial podem, comprovadamente, reduzir o risco de incidência de doença cérebro-cardiovascular, e, assim, os números de incapacidade e de mortalidade.

Nélson Évora eleito o melhor atleta europeu de Maio

O português Nélson Évora, campeão olímpico do triplo salto, foi eleito o melhor atleta europeu do mês de Maio, numa votação da Associação Europeia de Atletismo (EAA). A escolha de Nélson Évora surge na sequência dos resultados alcançados em Maio no Brasil, onde competiu em vários grandes prémios e no último dos quais, em Belém, chegou ao triunfo com a melhor marca do ano (17,66 metros).
O atleta do Benfica saltou em Belém sempre acima dos 17 metros (17,25m, 17,07m e 17,06m), mas foi no terceiro dos quatro ensaios que efectuou que chegou aos 17,66 metros, um centímetro abaixo da marca que lhe deu o ouro olímpico. Nos grandes prémios do Rio de Janeiro e de Uberlândia, disputados antes de Belém, o campeão olímpico do triplo tinha sido terceiro classificado, com 17,11 metros e 16,92, respectivamente. Na votação da EAA, Nélson Évora ficou à frente do campeão europeu dos 20 quilómetros marcha, o italiano Giorgio Rubino, e do decatleta alemão Michael Schrader.
Na votação feminina, a portuguesa Naide Gomes foi segunda, atrás da britânica Jessica Ennis, que em Maio fez 6 587 pontos (heptatlo) nas Provas Combinadas da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), em Desenzano del Garda, Itália.
O Atleta Europeu do Mês é uma iniciativa da Associação Europeia de Atletismo (EEA), criada em Janeiro de 2007 e que visa o reconhecimento de "desempenhos extraordinários" no desporto europeu. Todos os meses a escolha é feita pelo público, imprensa e um painel de especialistas no atletismo europeu, com cada um dos três segmentos a valerem 33,3 por cento na votação final.

Dores nas costas: evite-as


As dores ao fundo das costas – as chamadas lombalgias – são um dos problemas de saúde mais comuns. Calcula-se que 80 por cento da população tem, pelo menos uma vez na vida, um episódio de lombalgia.
Há vários tipos de dores nas costas: as, mais acima, na zona cervical (cervicalgias), as na zona dorsal (dorsalgias) e, em baixo, na zona lombar – as chamadas lombalgias. As mais comuns são, de longe, as últimas. Tanto que «cerca de 75% a 80% da população tem pelo, menos uma vez na vida, uma crise de lombalgia», constata o ortopedista Rui Delgado, especialista em Lombalgia do Hospital Curry Cabral. Este tipo de dor representa a principal causa de absentismo laboral no nosso país. «São cerca de 1.400.000 horas de trabalho que se perdem por ano», refere o clínico. Apesar de a maioria das lombalgias não ser grave – manifestar-se por episódios agudos que passam ao fim de pouco tempo –, convém alertar para este cenário, até porque, esclarece Rui Delgado, se trata de uma dor muitas vezes prevenível. Há lombalgias que podem ser sintomas de outras patologias, mas «enquanto doença em si mesma, ela não é mais do que uma condição que tem a ver com o estilo de vida».

Causas e factores de risco
Em primeiro lugar, convém distinguir as lombalgias agudas das crónicas. A principal diferença tem, de facto, a ver com a duração de cada uma delas. «A lombalgia aguda ocorre num curto período de tempo; instala-se subitamente, de forma muito intensa e incapacitante, mas geralmente é uma situação que melhora ao fim de algum tempo», esclarece o ortopedista Rui Delgado. Já «a lombalgia crónica, embora tenha períodos de agudização, é um quadro clínico que dura meses ou até anos».
«Geralmente, as lombalgias agudas são mais frequentes no adulto activo, e as crónicas, no indivíduo mais idoso, até porque este, muitas vezes, sofre de artrose na coluna. A degenerescência das articulações, o desgaste muscular, são situações que podem originar dores lombares crónicas, cuja intensidade varia ao longo do tempo».
Está identificada uma das causas de lombalgia. Mas há muitas outras. «Elas são mesmo inúmeras», afirma o especialista do Hospital Curry Cabral. Contudo, a principal causa de dor lombar, principalmente nos adultos jovens, tem mesmo a ver «com o estilo de vida». «Com posturas corporais incorrectas, com o stress, com o excesso de peso ou obesidade, com pouca tonicidade muscular, com a vida sedentária…», resume. «Todos estes factores, perante uma situação propiciadora – como, por exemplo, «levantar um peso com uma postura incorrecta ou dormir numa má posição» –, podem desencadear uma crise de lombalgia.
«A maioria destas situações não é grave», afirma o ortopedista. No entanto, é preciso distinguir a lombalgia enquanto doença em si mesma, da lombalgia enquanto sintoma de outras patologias. «Assim como uma dor de cabeça pode ter estar só relacionada com fadiga, por exemplo, mas pode ser sintoma de muitas outras doenças, há também uma grande variedade de situações que podem desencadear dores nas costas», adverte. Há causas «desde ginecológicas, urinárias, hematológicas, psiquiátricas, digestivas… Uma pessoa pode ter uma lombalgia porque têm uma cólica renal, porque tem uma infecção no aparelho urinário, porque tem uma pancreatite, porque tem um tumor, porque está grávida, ou simplesmente porque tem uma crise de ansiedade…»
Rui Delgado recorda um doente, que foi à sua consulta por causa de uma dor lombar, que, depois, se descobriu ter origem num cancro intestinal. «Neste caso, o problema não era a lombalgia, ela era só um sintoma de uma doença mais grave que o indivíduo tinha».
Contudo, as causas mais frequentes são mesmo de origem músculo-esquelética. Seja devido a uma simples postura incorrecta, por exemplo, seja devido a «casos mais específicos, como quando existe uma infecção na coluna, uma fractura, um defeito numa vértebra, uma hérnia discal…».

Prevenção e recuperação
Umas e outras causas exigem, claro, tratamentos diferenciados, que dependem, também, «da intensidade da dor, da duração do problema, da idade do doente», refere o ortopedista. Podem ir desde os fármacos – como analgésicos, anti-inflamatórios – até, nos casos mais graves e crónicos, à cirurgia.
Terapias alternativas: sim ou não? O especialista em lombalgia do Hospital Curry Cabral, advertindo que não conhece bem os fundamentos, por exemplo, da acupunctura ou da osteopatia, não é contra: «se o doente estiver confiante nesse tipo de tratamento», até o incentiva. «Acho que é uma questão de confiança».
Uma medida que Rui Delgado costuma aconselhar aos seus pacientes, principalmente aos mais idosos, é a hidroginástica. «Tem grandes vantagens: como é feita dentro de água, a gravidade tem uma influência menor sobre o corpo, e as articulações esforçam-se menos, mas os músculos têm de trabalhar mais. Por outro lado, a água quente da hidroginástica também é um relaxante muscular.» O especialista refere: «Nenhum dos doentes a quem recomendei esta modalidade se deu mal; não houve nenhum que não melhorasse.» E é normal, porque o exercício físico, fortalecendo os músculos e os ligamentos, torna a coluna mais apta a suportar as incorrecções do dia-a-dia.
A actividade física é, de resto, uma prática que o ortopedista aconselha, quer para tratar dores lombares, quer para as evitar. «A prevenção das lombalgias passa muito por ter uma vida mais activa fisicamente, por melhorar a mobilidade articular e a tonicidade dos músculos. O exercício físico não evitará todas as situações, mas eu tenho vários tipos de doentes que, ao iniciarem a prática de exercício, melhoraram o seu quadro clínico. Claro que tem de ser adequado à sua idade e à sua condição».
Por isso, a actividade física deve fazer-se sob a supervisão de um médico ou fisioterapeuta. Mas, de um modo geral, «praticar exercício duas vezes por semana é indispensável», aconselha Rui Delgado. As melhores modalidades são o andar a pé, de bicicleta e a natação. Mas, se optar por outra modalidade não esqueça de que não deve impor uma grande sobrecarga à região lombar, e deve contemplar o exercício dos músculos abdominais e lombares. «Não é só trabalho de braços e pernas, mas também dos abdominais e lombares, porque são esses músculos que estabilizam a coluna lombar».
As restantes recomendações do especialista para prevenir as dores lombares, além do «exercício físico para melhorar a tonicidade muscular», passam por «evitar o excesso de peso corporal e corrigir a postura».

Mudar a postura… com que se encara a lombalgia
O especialista do Hospital Curry Cabral aponta que, apesar de, muitas vezes, a lombalgia – aguda – melhorar e até desaparecer ao fim de uns tempos só com repouso, sem ser necessário recorrer a fármacos ou a outras medidas, é «frequente encontrarmos doentes com dores há algum tempo – dias ou semanas – que, no entanto, estão submedicados». «Por exemplo», observa, «não se medica uma lombalgia com pomadas; não faz sentido». O médico considera que «há doentes e até mesmo colegas clínicos que não valorizam a dor como sintoma e a tratam até de uma forma insuficiente».
Por outro lado, reconhece o ortopedista, a dor lombar é, por vezes, sobrevalorizada pelos próprios doentes. «Um indivíduo que apanhou algo do chão com uma postura incorrecta, e fez um desequilíbrio muscular, ficando com uma dor, deve, em vez de ir logo preocupado para as urgências, tomar pequenas medidas. Por exemplo: tomar um paracetamol, tomar um banho quente (porque o calor húmido é relaxante muscular), repousar. Às vezes, basta uma boa noite de sono, para a dor passar».
No fundo, Rui Delgado recomenda bom senso no modo com que se encara a lombalgia. Que é frequente e não se deve desvalorizar, mas que, na maioria dos casos, é felizmente, benigna. De qualquer modo, conclui, «se a queixa for muito prolongada ou for súbita e muito intensa, a observação pelo médico tem de ser feita».

Posturas corporais correctas
  • Em pé: ter a cabeça e tronco direitos, peito para fora, caminhando de uma forma que permita a distribuição do peso corporal pelas duas pernas.

  • Sentado(a): apoiar bem as costas na cadeira, ter os pés bem assentes no chão, com os joelhos flectidos em ângulos rectos (a manutenção de uma boa postura também depende da existência de mobiliário ergonomicamente adaptado ao corpo).

  • Deitado(a): o colchão deve ser firme, duro ou num colchão de água, sempre com uma almofada não muito baixa.

  • Ao levantar um peso: segurá-lo junto ao corpo, dobrar só os joelhos, deixar as pernas levantá-lo fazendo o movimento de levantar ou baixar sempre com o corpo direito.

Cirurgia bariátrica aumenta risco de fracturas ósseas

Um estudo recente sugere que a cirurgia bariátrica, ou de redução do estômago, duplica o risco de fracturas ósseas, principalmente nos ossos das mãos e pés. «Ainda não sabemos a explicação exacta destes dados. Embora um suplemento de cálcio e vitamina D após a cirurgia possa ser muito importante, estas medidas podem ser insuficientes para impedir o aumento do risco de fractura óssea», disse o principal autor do estudo, Jackie Clowes, médico da Clínica Mayo (Rochester, Estados Unidos). Os autores do estudo concluíram que a cirurgia bariátrica aumentava o risco de fracturas em qualquer local do esqueleto. Este aumento foi impulsionado principalmente pelas fracturas em mãos e pés, que foram 3 e 4 vezes, respectivamente, mais frequentes nestes pacientes.
A investigação avaliou 97 pacientes (idade média de 44 anos) submetidos à cirurgia bariátrica entre 1985 e 2004, acompanhados, em média, por um período de sete anos. «A maioria das fracturas ocorreu em mais de dois anos após a cirurgia, sugerindo que esta é uma complicação tardia da cirurgia bariátrica. Os resultados destes estudo surpreenderam-nos, pois a cirurgia bariátrica é efectiva para tratar a obesidade e, desta forma, pensávamos que ofereceria uma protecção contra a osteoporose, diminuindo o risco de fracturas ósseas», finaliza Clowes.


Adaptado de:

Saber estar na praia


No Verão as praias enchem-se de banhistas.
No entanto, como todo o cuidado é pouco, damos-lhe algumas recomendações de como estar na praia:

  • Frequente praias vigiadas.
  • Respeite os sinais das bandeiras.
  • Respeite as instruções dos nadadores salvadores.
  • Evite tomar banho antes de completar pelo menos 3 horas após as refeições.
  • Nunca nade contra a corrente.
  • Ao nadar não se afaste demasiado; o melhor é mesmo nadar paralelamente à costa.
  • Vigie as crianças.
  • Após longos períodos de exposição ao sol não entre de repente na água.
  • Procure nadar acompanhado.
  • Em caso de aflição não hesite em pedir imediatamente socorro.
  • Nunca efectue saltos para a água a não ser em local vigiado e especialmente destinado a esse efeito.
  • Evite o choque térmico molhando-se permanentemente.
  • Previna a desidratação e a hipoglicémia pela ingestão passada de frutas, bebidas não alcoólicas, alimentos ligeiros e muita água.