segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Substância presente no vinho tinto previne infecções graves


Uma equipa de cientistas da universidade escocesa de Glasgow anunciou ter descoberto que um anti-oxidante que existe em grandes quantidades no vinho tinto previne infecções que podem degenerar em septicémias (infecções generalizadas do corpo). Este anti-oxidante (o resveratrol) encontra-se na pele das graínhas da uva e em muito maior quantidade no vinho tinto do que no vinho branco. Também já lhe foram atribuídos outros benefícios para a saúde: prevenir a formação de coágulos e combater o cancro.
Numa experiência com dois grupos expostos a um potente agente de infecção, a equipa de cientistas descobriu que o grupo que não tinha feito um tratamento prévio à base de resveratrol desenvolveu uma reacção grave semelhante a uma septicémia, que pode causar falha generalizada dos órgãos e a morte. Por outro lado, o grupo que recebeu doses de resveratrol não desenvolveu qualquer tipo de infecção.
Segundo os investigadores, o resveratrol impede a formação de duas enzimas que têm um papel fulcral no desenvolvimento de inflamações graves, a sphingosine kinase e a phospholipase D.
«Doenças inflamatórias severas como a septicémia são muito difíceis de tratar e muita gente morre por falta de tratamento», explicou o médico Alirio Melendez, um dos cientistas da equipa da universidade de Glasgow. «Ainda por cima, muitas pessoas que sobrevivem a uma septicémia saem dela com uma péssima qualidade de vida devido aos danos causados pela infecção aos diversos órgãos internos. O objectivo último do nosso estudo era o de identificar uma nova terapia para ajudar no tratamento de doenças inflamatórias severas», explicou.
Esta descoberta foi publicada no jornal da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental (FASEB, no acrónimo em inglês). «O potêncial terapêutico do vinho tinto estava engarrafado desde há milhares de anos e agora os cientistas descobriram os segredos, identificaram a forma como a acção do resveratrol pode gerar novos tratamentos contra infecções mortais», declarou o director do jornal da FESAB, Gerald Weissman.

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