domingo, 6 de junho de 2010

Alto consumo de lacticínios na infância aumenta expectativa de vida


Um estudo publicado na revista «Heart» afirma que crianças que consomem muitos produtos derivados do leite têm um maior expectativa de vida.
Para a pesquisa, investigadores da Universidade de Bristol, da Grã-Bretanha, e do Queensland Institute of Medical Research, da Austrália, procuraram, 65 anos depois, o paradeiro de 4.374 crianças submetidas a um estudo nos anos 30, no Reino Unido, e descobriram que as que tinham alto consumo de lacticínios e cálcio na infância mostraram maior resistência a doenças cardiovasculares e outras doenças letais.
Apesar de os lacticínios conterem gordura e colesterol, o alto consumo dos produtos não aumentou os riscos de doenças cardíacas.
O consumo de pelo menos 400 miligramas de cálcio - presente em menos de meio litro de leite - reduziu em 60% os riscos de morte por doença cardiovascular. Os dados da pesquisa corroboram os níveis de consumo de lacticínios sugeridos actualmente por especialistas. Para consumir a quantidade de cálcio sugerida diariamente, uma pessoa deve tomar um copo de 200 mililitros de leite, uma porção de iogurte e um pequeno pedaço de queijo.
Os cientistas acreditam que outros factores podem ter influenciado os resultados da pesquisa. Por exemplo, as crianças que tinham consumo diário mais alto de cálcio vinham de famílias mais ricas, e tinham melhores hábitos alimentares. No entanto, sustentam que há indícios de que o alto consumo de cálcio é bom para a pressão sanguínea.
A cientista Joanne Murphy, da Stroke Association, que não participou na pesquisa, referiu que "este é um estudo interessante, mas precisamos observar mais para poder realmente ter ideia dos benefícios do leite na redução de probabilidade de morte por doença cardiovascular". Enquanto isso, recomendamos que os pais escolham dietas ricas em frutas e vegetais e com pouca gordura saturada e sal para o bem-estar geral dos seus filhos."

Adolescentes que dormem pouco são mais propensos a depressões


Os adolescentes que habitualmente dormem cinco horas ou menos por noite têm 71% mais probabilidade de apresentar depressão, em comparação com os jovens que têm oito horas de sono por noite.
Aqueles adolescentes também são 48% mais propensos a ter pensamentos com ideias de suicídio.
Os resultados constam de um novo estudo da Columbia University Medical Center, de Nova Iorque, nos EUA, publicado no número de Janeiro da revista médica SLEEP.
Os investigadores reuniram dados sobre 15.659 adolescentes e os seus pais, que tinham participado do National Longitudinal Study of Adolescent Health.
Foi verificado que a duração média do sono foi de 7 horas e 53 minutos - os investigadores observam que os adolescentes precisam de 9 horas de sono diárias. Além disso, cerca de 70% dos jovens disseram que ia para a cama dormir de acordo com os horários determinados pelos seus pais.
Segundo os autores do estudo, a falta de sono pode gerar irritação, o que dificulta a capacidade de lidar com o stress da vida diária, prejudicando as relações com os colegas e adultos.
Assim, concluíram que educar os adolescentes e os seus pais sobre os benefícios das práticas mais saudáveis de sono pode ser adequado, e que os seus resultados são consistentes com a teoria de que o sono inadequado é um factor de risco para depressão.
Recomendam ainda que os pais de adolescentes devam definir horas de dormir mais cedo para a ter certeza de um sono adequado.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

10 alimentos de que não deve prescindir: saiba porquê


Sabia que o mexilhão fornece proteínas de elevada qualidade e zero gordura?
E que a ingestão de carne de frango pode acalmar os nervos?

Os alimentos que se seguem vão enchê-lo de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais ao seu corpo. Descubra os alimentos que põem o seu organismo a funcionar.

Tomate - Previne enfartes e combate o cancro
100 g contêm 19 calorias. A sua vitamina C e os carotenos (licopeno) são antioxidantes que travam o envelhecimento e os problemas musculares e cardiovasculares.
Previne o aparecimento de vários tipos de cancro (próstata, pulmão, estômago, mama, boca, cervical e colorectal). É diurético e depurativo, elimina ácido úrico e reduz o colesterol, para além de alcalinizar o sangue.
Como é muito ácido, é desaconselhado em caso de estômagos delicados, apesar de depender do grau de tolerância de cada um.

Batata - Uma grande injecção de energia
100 g contêm 89 calorias. Ao contrário do que possa pensar, é ideal para dietas (cozida ou assada). Não tem gordura e é muito saciante.
Revitaliza, uma vez que é um hidrato de carbono complexo, de absorção lenta, que abastece o organismo de açúcares e glícidos lentamente. A casca da batata contém polifenol-oxidase, com propriedades antibióticas.
A sua fibra reduz o colesterol. O potássio mantém o coração e a tensão arterial saudáveis, evitando embolias. Pode, no entanto, tornar-se tóxica pelo conteúdo de solanina nas partes verdes. Também não é aconselhada para pessoas com problemas nos rins.

Ervilhas - Proteínas vegetais, sem gordura
Têm 67 calorias por cada 100 g. Impedem a absorção de gorduras, reduzindo o colesterol mau. E contêm quercetina, um flavonóide que previne doenças cardiovasculares.
Actuam como revitalizantes, pelo seu conteúdo de proteínas. Têm muita fibra alimentar, que actua como laxante, e são muito saciantes.
São ainda uma excelente fonte de vitamina B1, imprescindível ao sistema nervoso. Para que não percam vitaminas, depois de debulhadas, devem ser cozidas em pouca água.

Frango - Selénio para acalmar os nervos
Contém entre 110 e 201 calorias por 100 g. É uma carne muito digestiva, pobre em gorduras e sem colesterol, se lhe retirar a pele. Tem substâncias antioxidantes que combatem o envelhecimento.
Favorece o bom funcionamento do sistema nervoso e a produção de energia. É um bom aliado na manutenção da saúde da pele e do sistema digestivo.
É ideal para dietas de controlo de peso. As coxas, de carne mais vermelha, contêm quase o dobro de ferro do que o peito, mas também são mais calóricas porque a pele tem muita gordura.

Ameixas - Muita fibra contra a preguiça intestinal
100 g têm 36 calorias. Tem propriedades diuréticas e é ideal para dietas porque é um fruto que sacia e quase não engorda.
Se ingerir 200 g por dia, durante uma semana, ajuda a combater o stress, o cansaço e a depressão. Reforçam ainda o coração e as defesas e ajudam a descongestionar o fígado.
Este fruto contém substâncias antioxidantes, que abrandam os efeitos do envelhecimento. E reduz o excesso de ácido úrico. O seu conteúdo de fibra faz também dela um fruto muito laxante. Ingira-a, por isso, moderadamente. Lave-a bem para retirar restos de toxinas.

Mexilhão - Proteína de qualidade sem um pingo de gordura
100 g têm 69 calorias. É ideal para dietas porque tem poucas calorias e sacia bastante.
Ao contrário do que acontece com outros mariscos, o mexilhão não só não tem colesterol, como também ajuda a baixá-lo. Contém muito ferro, o que ajuda a combater anemias ferropénicas.
É muito rico nutricionalmente. Tem proteínas de qualidade: uma dúzia de mexilhões equivale a 250 g de vitela. Tenha ainda em conta que 1 kg de mexilhão fresco só tem cerca de 250 a 300 g de carne.

Pepino - Proteínas vegetais, sem gordura
Só tem 17 calorias por cada 100 g. É diurético e laxante, pelo que é perfeito para combater e prevenir a celulite. Como é muito rico em água, é um excelente depurativo e tonificante. Ajuda a manter uma pele flexível e hidratada.
Elimina o inchaço (edema) das mãos e pés. Ingira-o em sumo. Este legume é muito pobre em calorias, motivo pelo qual é aconselhado em dietas hipocalóricas. Todavia, é preciso descascá-lo, mesmo se o cortar em fatias muito finas, uma vez que a celulose que contém na casca é dura e indigesta.

Alface - Um sedativo natural eficaz
Só tem 12 calorias por 100 g. Entre outras verduras e hortaliças de folha verde, possui uma grande quantidade de antioxidantes.
Regula a pressão sanguínea, graças ao seu poder relaxante, que acalma os nervos. Previne cardiopatias e alterações como o AVC e também as cataratas. Estimula o sistema imunológico.
Ajuda ainda a emagrecer porque capta as substâncias tóxicas e a gordura. Sacia muito e evita a prisão de ventre. Não deixe a alface de molho durante muito tempo porque perde muitas vitaminas.

Sardinhas - Gorduras ómega-3 para o coração
Só têm 158 calorias por cada 100 g. Contêm ácidos gordos polinsaturados ómega-3, que previnem doenças vasculares, particularmente as coronárias.
A acção anti-inflamatória destas gorduras boas alivia a artrite reumatóide. Reduzem ainda a pressão arterial e ajudam a tratar a psoríase e a dermatite.
Os ómega-3 também são importantes no último trimestre da gravidez porque participam no desenvolvimento nervoso do feto. O anisakis é um parasita do peixe que as sardinhas podem conter e que pode provocar problemas digestivos, se não forem bem cozinhadas. Tenha, por isso, cuidado quando as confeccionar.

Citrinos - Aumentam as defesas contra constipações e outras infecções
A laranja só tem 42 calorias por 100 g e o limão 26. Fortalecem as defesas e melhoram as doenças das vias respiratórias.
Os seus antioxidantes reduzem o risco de cancro do cólon, estômago e pulmão. Melhoram a cicatrização das feridas. Participam ainda na produção de colagénio e no desenvolvimento dos ossos e dentes.
Além disso, também combatem os problemas de circulação. Estes alimentos não são, no entanto, recomendados para problemas gastrointestinais ou doença celíaca.

segunda-feira, 8 de março de 2010

8 de Março - Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de Março teve origem nas manifestações femininas por melhores condições de trabalho e direito de voto, no início do século XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adoptada pelas Nações Unidas, em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.
Desde então, a data também tem sido utilizada para fins meramente comerciais, perdendo-se parcialmente o significado original.

Origem
A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi proposta na entrada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial, quando ocorreu a incorporação de mão-de-obra feminina em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. As operárias em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos contra as más condições de trabalho e os baixos salários, a 8 de Março de 1857, em Nova Iorque.
Muitos outros protestos ocorreram nos anos seguintes, destacando-se o de 1908, quando 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque, exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto.
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos da América, por iniciativa do Partido Socialista da América.
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de Março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Poucos dias depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de Setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário colectivo como sendo o facto que deu origem ao Dia Internacional da Mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram a "última gota" da Revolução russa de 1917. A 8 de Março de 1917, a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registou o evento: “A 23 de Fevereiro (8 de Março no Calendário Gregoriano) estavam planeadas acções revolucionárias. Pela manhã, a despeito das directivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo num dia oficial que, durante o período soviético permaneceu numa celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia numa ocasião em que os homens manifestavam a simpatia ou amor pelas mulheres —; uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores dos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.
Quando a Tchecoslováquia integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), esta celebração foi apoiada pelo Partido Comunista da Tchecoslováquia, e foi gradualmente transformando-se em paródia. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, que esperava assim convencer as mulheres de que considerava as necessidades ao formular políticas sociais. Durante as últimas décadas, o MDŽ acabou por se tornar uma paródia de si próprio. A cada dia 8 de Março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presente do chefe. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada e era mesmo ridicularizada pelo cinema e pela televisão, na antiga Checoslováquia. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo ridicularizado do antigo regime.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, mas esmoreceu, sendo revitalizado pelo movimento feminista da década de 1960.
Em 1975 foi designado como o Ano Internacional da Mulher.
[Adaptado de

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mais Vale Prevenir...

Dicas úteis e simples!
Contra perdas

  • Com o frio, o mel pode cristalizar e o azeite coalhar, sem perderem qualidade.
  • A banana acelera o amadurecimento da restante fruta. Guarde-a em fruteira separada, caso não queira correr riscos.
  • Guarde os ovos com a ponta mais fina para baixo e sem lavar. A água destrói a película protectora e abre a porta aos microorganismos.
  • Doces caseiros devem ferver conforme a receita, para limitar bolores.
  • Guarde a comida cozinhada até 2 ou 3 dias no frigorífico. Para conservar mais tempo, congele.

Compras e cozinhados à medida da família

  • Antes de sair para o supermercado, faça uma lista adequada às necessidades do lar e evite desperdícios.
  • Os congelados e refrigerados devem entrar no carrinho em último lugar. Transporte-os num saco térmico e guarde-os no frigorífico logo que chegue a casa.
  • Se sobrar comida, arrefeça-a e guarde-a no frigorífico. Para acelerar o arrefecimento, pode colocar o tacho numa bacia com água fria.
  • Caso não preveja consumir as sobras no prazo de 1 a 3 dias, congele em doses individuais. Descongele no microondas ou no frigorífico.
  • Aqueça bem a comida e apenas uma vez. Se restarem alimentos, deite-os fora. Em matéria de saúde, é melhor jogar pelo seguro.

Frescura à medida de cada alimento

Cada elemento tem características diferentes. Deste modo, não devem ser guardados no frigorífico de forma aleatória ou despreocupada.

  • Zona menos fria (parte mais acima do frigorífico; normalmente corresponde à primeira ou às duas primeiras prateleiras a contar de cima): fruta e legumes cozinhados, iogurte, queijo, compotas, maioneses e outros molhos embalados.
  • Zona mais fria (o "meio" do frigorífico; normalmente corresponde à segunda e terceira, ou terceira e quarta prateleiras a contar de cima): marisco, peixe e carne crus e cozinhados, bolos com creme e sobras de refeições.
  • Gaveta(s): fruta e legumes frescos, de preferência, em embalagens individuais.
  • Porta: ovos, produtos para barrar, como margarina ou manteiga, e bebidas.

Conservar no frigorífico

Alimento Dias
Carne picada 1
Refeições preparadas 1 a 2
Carne, peixe e marisco cozinhados ou crus 1 a 3
Fruta e legumes cozinhados 2 a 3
Leite aberto 3
Fruta e legumes crus 4 a 5
Ovos 20 a 28

Brigada da limpeza

  • A preparação dos alimentos deve ser feita num ambiente limpo: é meio caminho para evitar contaminações.
  • O frigorífico deve ser limpo com regularidade. Descongele-o e desinfecte-o, no mínimo, todos os trimestres. Pode usar água com detergente e passar com vinagre ou lixívia diluídos em água.
  • Lave os utensílios com detergente após cada utilização e deixe secar a tábua, para limitar o desenvolvimento de microorganismos.
  • Mantenha os animais fora da cozinha. Se tiverem de comer nesta divisão, coloque a ração num comedouro.
  • Tenha um pano para a loiça e outro para as mãos. Providencie um caixote do lixo com tampa e lave-o todas as semanas com lixívia.

Agir por um futuro melhor

  • Mantenha o frigorífico fechado. Pode poupar até 8€ por ano em energia num combinado classe A, de 200 litros.
  • Descongele o frigorífico com alguma frequência. Com 5 mm de gelo, gasta mais 30%: poupe até 10€ por ano.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Conservar Alimentos

Restos de alimentos no lixo prejudicam a carteira e o ambiente. Segundo um estudo apresentado na Conferência Mundial da Água, em 2007, os países ricos desperdiçam 30% a 50% dos alimentos. Nos Estados Unidos, por exemplo, cada família esbanja meio quilo de alimentos por dia. Em Portugal, a situação não está estudada, mas um documento discutido na Assembleia da República, em 2009, aponta para estragos anuais no valor de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O combate a estas perdas exige o esforço de produtores, fabricantes, vendedores e consumidores.
Para estes últimos, começa com o planeamento das compras com listas adequadas às necessidades do agregado ao qual se destinam. Em casa, cozinhe o mais possível à medida e guarde as sobras no frigorífico ou congele, para limitar o desenvolvimento de microorganismos prejudiciais.

Sabor e composição anormais
  • O bom senso é excelente conselheiro para saber se os alimentos se apresentam em bom estado: olhe, sinta e prove. Mas cuidado: há alterações fora do alcance dos sentidos.
  • A contaminação microbiana é a mais conhecida e perigosa. Muitas vezes invisível, não tem cheiro, nem sabor. É causada por bactérias, bolores e outros microorganismos que se desenvolvem nos alimentos e pode originar doenças. Os principais culpados são conhecidos: Salmonela, Campylobacter e Listéria. Todos afectam o funcionamento do aparelho digestivo e podem provocar vómitos e diarreias, entre outros sintomas. Quando os microorganismos como o Clostridium botulinum e o Staphylococcus aureus, produzem toxinas, podem surgir intoxicações alimentares com consequências mais graves: morte dos tecidos atingidos e paralisia dos músculos são exemplos.
  • Um alimento contaminado não é causa necessária de doença: depende da quantidade de germes e da resistência do consumidor.
  • As alterações físicas e químicas reduzem a qualidade: afectam o aspecto, textura, paladar e, por vezes, o valor nutritivo, mas, em geral, não desencadeiam problemas de saúde. São provocadas, por exemplo, pela temperatura, ar ou enzimas e materializam-se na cristalização do mel, alface murcha ou óleos e manteiga rançosos.

Salvos pelo frio

  • A degradação pode ser retardada com boas práticas e temperaturas de conservação adequadas.
  • Na cozinha, siga à risca as regras de higiene. Manipule os alimentos com as mãos e/ou utensílios limpos e não corte, por exemplo, o frango e os legumes sem lavar a faca, para evitar contaminação cruzada.
  • Deixe cozinhar bem todos os pratos, para eliminar microorganismos. Contudo, as toxinas produzidas por alguns destes resistem ao calor e não há forma de eliminá-las.
  • Se lhe sobrar comida preparada, deixe-a arrefecer e só depois a guarde no frigorífico. A temperatura sobe quando introduz novos alimentos, mesmo à temperatura ambiente. Com comida quente, a subida é maior: além de pôr em causa a conservação, pode danificar o aparelho.
  • No frigorífico ou na despensa, coloque os produtos com validade mais curta à frente, para que sejam esses os primeiros a ser consumidos.
  • O período de conservação depende do tipo de alimento. Em geral, os mais ácidos e secos resistem mais e, em muitos casos, não precisam de refrigeração. Os percecíveis, como carne, peixe, marisco e os bolos com creme, devem ser guardados no frigorífico e consumidos entre 1 e 3 dias. As sobras de refeições aguentam alguns dias, se forem bem cozinhadas e guardadas, no máximo, a 4ºC.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

57% dos adolescentes vítimas de violência dos parceiros


Cinquenta e sete por cento dos adolescentes e jovens do distrito do Porto entre os 15 e 19 anos dizem ter sido vítimas de comportamentos abusivos nas suas relações de namoro, revelou a investigadora Madalena Oliveira.
A docente da Universidade Fernando Pessoa disse à agência Lusa que os resultados preliminares do seu estudo indicam também que "45 por cento dos jovens admitem terem sido violentos nas suas relações amorosas". "Falamos de violência física, psicológica e sexual. Os comportamentos mais usados pelos jovens são o insulto (16%), difamações (11%), impedir contacto com outras pessoas (16%), bofetadas (17%), puxões de cabelo (6%), empurrões violentos (8%) e esganadura (4%)", afirmou.
Madalena Oliveira realçou que "estes atos causam muitas vezes ferimentos e alguns necessitam de assistência médica". Treze por cento dos comportamentos físicos abusivos resultaram em ferimentos, um terço dos quais com necessidade de assistência médica. "As mulheres são tão violentas como os homens, embora estes sejam mais agressivos fisicamente e as mulheres cometam mais comportamentos emocionalmente abusivos", salientou.
Os dados preliminares resultam de inquéritos a cerca de 300 adolescentes e jovens do distrito do Porto, mas a investigadora já alargou o estudo aos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila real, Bragança e Aveiro, num total de 928 inquiridos.
Apesar de análise aos restantes distritos ainda não estar concluída, Madalena Oliveira sublinhou que os dados compilados permitem desde já avançar que "continua a predominância de abuso físico e emocional". "Temos de apostar na prevenção e sensibilização junto das famílias, começando com as crianças desde o início. E temos de afastar os agressores", defendeu a investigadora, frisando que a violência entre parceiros "é um fenómeno social alarmante".
Numa outra vertente do seu estudo, a docente concluiu que 70 por cento dos adolescentes e jovens legitimam a violência doméstica. "Há um fenómeno transgeracional de violência doméstica. A probabilidade de estes jovens repetirem e serem vítimas de violência no futuro é altíssima", alertou Madalena Oliveira.

Quais são os sinais que nos fazem suspeitar de ter contraído uma DST?


«As DSTs podem manifestar-se de formas diversas, sendo também frequente não causarem sintomas durante períodos prolongados», informa Ana Ferrão. «Embora os sintomas sejam variados e nem sempre específicos destas doenças, alguns são mais sugestivos, como o corrimento vaginal (na mulher) ou uretral (no homem), o ardor ao urinar, a comichão ou dor nos genitais, o aparecimento de feridas, borbulhas ou zonas inflamadas nessa área ou noutras localizações como a boca ou a região à volta do ânus.»
De acordo com a médica, «outros sinais menos relacionáveis com a actividade sexual, como queda generalizada do cabelo, diarreia persistente com emagrecimento, febre arrastada, aparecimento de gânglios aumentados de volume, etc., também podem ser causados por uma DST».
Após detectar estes sinais, a pessoa afectada deve alertar os parceiros sexuais, habituais ou ocasionais, a fim de que também eles (mesmo que não apresentem sinais exteriores de contaminação) procurem um médico. É muito importante que as pessoas não se tratem sozinhas, com cremes, comprimidos ou receitas caseiras/tradicionais. Devem sempre consultar o médico.

Como podemos saber se o(a) nosso(a) parceiro(a) está infectado(a)?
«Como muitas das DST's não apresentam sinais evidentes, a única forma de o saber é abordar directamente o assunto antes de iniciar um relacionamento sexual», aconselha Ana Ferrão, que acrescenta que «há alguns factores de risco que nos podem alertar para essa probabilidade». «A multiplicidade de parceiros sexuais, a existência de uma doença sexualmente transmissível anterior e o uso de drogas intravenosas aumenta a probabilidade de ocorrência deste tipo de doenças.»

Como podemos evitar as doenças sexualmente transmissíveis?
A única forma de prevenção 100% eficaz é a abstinência sexual. No entanto, as pessoas sexualmente activas podem reduzir o risco de contrair estas doenças se tiverem um parceiro sexual único, se evitarem o contacto sexual com parceiros ocasionais e com passado sexual desconhecido e se usarem sempre o preservativo durante as relações sexuais.
Para reduzir a disseminação das DST's, é importante informar o parceiro sexual quando se contrai uma infecção e consultar o médico para que este institua precocemente o tratamento adequado, «cortando» a cadeia de transmissão da doença.

Doenças sexualmente transmissíveis: esclareça as dúvidas


A propósito do Dia de São Valentim, assinalado a 14 de Fevereiro, respondemos a algumas questões sobre DST, para que possa namorar em segurança… e com saúde!
Muitos temas deveriam ser abordados a propósito do Dia dos Namorados. Mas, ao nível da Saúde, um deles se impõe: as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), que se contraem através de contacto sexual (o que inclui o contacto íntimo com pessoas do outro ou do mesmo sexo).
Se pensa que só acontecem aos outros, está muito enganado(a)! A sua incidência tem vindo a aumentar substancialmente nos últimos anos. Por isso, é tempo de esclarecer algumas questões.
As DST's mais comuns, para além da SIDA, são a sífilis, a gonorreia, o herpes genital, a clamydia e os papilomas.
Algumas DST's têm cura, como a sífilis, a gonorreia ou chlamydia, que são sensíveis a determinados antibióticos. Outras doenças, como a SIDA e o herpes, não têm actualmente cura, ainda que os seus sintomas possam ser controlados através do uso de medicamentos específicos.

SÍFILIS
A sífilis é uma DST que tem consequências em todo o organismo, causada por um agente infeccioso chamado treponema pallidum. Cerca de três semanas após o contacto sexual com uma pessoa infectada, surge uma ferida não dolorosa, localizada nos órgãos genitais, na boca ou no ânus, conforme o tipo da relação sexual infectante. Note-se que, na mulher, esta ferida ou ulceração pode localizar-se na vagina ou no colo do útero e, por isso, não é visível. «Trata-se, habitualmente, de uma lesão única mas podem aparecer várias e os gânglios que lhe estão próximos ficam aumentados de volume», esclarece a médica Ana Ferrão, coordenadora da Unidade de Saúde Familiar Marginal, do Centro de Saúde de Cascais.
Algumas semanas depois, mesmo sem tratamento, a lesão cura, mas a infecção continua no organismo. Semanas ou meses depois, aparecem manchas no corpo (que não dão comichão e podem ser acompanhadas de febre, mal-estar, dor de garganta e rouquidão), que atingem as palmas das mãos e plantas dos pés. Neste estado, chamado período secundário sifilítico, os sintomas podem desaparecer sem tratamento, permanecendo, no entanto, a infecção.
De referir que a mulher grávida que sofre de sífilis não tratada pode transmitir a doença ao feto, que, nesse quadro, se denomina sífilis congénita. «Os sintomas mais característicos são alterações dos dentes incisivos, cegueira, surdez e lesões ósseas com deformação característica das tíbias e do dorso do nariz», adianta a médica de família.
O diagnóstico da sífilis pode fazer-se através de análises de sangue. Nas fases iniciais, o tratamento, feito com penicilina, é fácil e eficaz.

GONORREIA
A gonorreia é uma DST relativamente frequente, em particular nos jovens adultos. É causada por uma bactéria, que pode viver nas membranas mucosas que protegem a garganta, o colo do útero, a uretra ou o ânus. No homem, a gonorreia dá geralmente sintomas mais intensos que na mulher, com corrimento purulento (como pus) através da uretra, ardor ao urinar e dor nos testículos. Nos homossexuais, pode haver envolvimento do recto com emissão de pus e dor. Nas mulheres, é mais frequente que a gonorreia não cause sintomas, principalmente quando a infecção se localiza no colo do útero, o que sucede em cerca de 20% dos casos. Nos outros casos, há corrimento vaginal purulento e ardor ao urinar.
Actualmente, a gonorreia é uma doença fácil de tratar e que cura habitualmente sem deixar lesões, quando diagnosticada e tratada precocemente. «No entanto, quando não se faz o tratamento correcto ou quando o diagnóstico é tardio (como pode acontecer nas formas assintomáticas que atingem o colo do útero na mulher) podem surgir complicações graves como aperto da uretra no homem, infertilidade na mulher, úlceras da córnea e problemas cardíacos e neurológicos», avisa a médica Ana Ferrão.
Para além do contágio por via sexual, a gonorreia pode transmitir-se por auto-inoculação (passagem da infecção de um local para outro do corpo feita pelo próprio), ou de uma mãe infectada para o filho, no momento do parto.

CHLAMYDIA
A infecção pela bactéria Chlamydia é uma das doenças de transmissão sexual mais frequente, podendo também ser transmitida a um recém-nascido durante o parto se a grávida se encontra infectada.No homem, a Chlamydia provoca habitualmente uma inflamação da uretra, com corrimento uretral e ardor ao urinar. Na mulher, na maior parte dos casos, a infecção não produz sintomas, podendo, no entanto, ocasionar corrimento ligeiro, sendo que outros sintomas possíveis são o ardor ao urinar e dores na parte inferior da barriga. A infecção pode afectar os órgãos sexuais internos da mulher, sendo uma causa frequente de esterilidade por inflamação das trompas. Não tratada, aumenta também o risco de gravidez ectópica (em que o desenvolvimento do embrião se faz fora do útero) e de parto prematuro.
O diagnóstico pode fazer-se por análises ao sangue. Na mulher, um exame ginecológico anual com realização de colpocitologia contribui para o diagnóstico de infecções não sintomáticas do colo do útero. A infecção cura-se facilmente recorrendo ao tratamento correcto.

HERPES GENITAL
O herpes genital é uma infecção frequente, que atinge os órgãos genitais após o contacto sexual com um indivíduo infectado e que evolui por surtos ou episódios recorrentes. O primeiro episódio de herpes genital causa mal-estar, dor de cabeça, por vezes febre e dores musculares, ardor localizado à região genital e dor a urinar. A erupção típica tem inicialmente a forma de vesículas avermelhadas que causam ardor e que, posteriormente, rebentam formando uma ferida com uma crosta de cor amarela. "Estas lesões, que costumam ser exuberantes no primeiro episódio, levam duas a três semanas a cicatrizar e são acompanhadas de aumento de volume dos gânglios das virilhas", informa a médica de família Ana Ferrão. "Após o primeiro episódio, o vírus herpes, que se mantém em estado latente no organismo, entra periodicamente em actividade causando novos surtos menos prolongados e dolorosos". O surto começa com formigueiro e ardor localizado numa zona dos órgãos genitais, a que se segue o aparecimento de vesículas avermelhadas que ulceram e criam crosta, demorando oito a dez dias a cicatrizar.
As mulheres grávidas com história de herpes genital devem informar o seu médico sobre a doença, para que sejam tomadas as medidas necessárias para que não haja contágio do bebé durante o parto.
Por enquanto, o herpes genital não tem cura. O tratamento que se faz actualmente tem por objectivo reduzir a duração dos surtos e espaçar o seu aparecimento.

VERRUGAS GENITAIS/INFECÇÃO POR HPV
As verrugas genitais, erupções da pele localizadas nos órgãos genitais, são causadas pelo vírus do papiloma humano (HPV). Quando alguém contrai a infecção pelo HPV torna-se portador do vírus por longos períodos ou pelo resto da vida e pode disseminá-lo através do contacto sexual, mesmo sem apresentar sintomas da doença (ou seja, verrugas genitais). Algumas espécies de HPV provocam alterações nas células do colo do útero que são pré-cancerígenas, isto é, com o tempo podem evoluir para cancro do colo do útero.
Actualmente, o Programa Nacional de Vacinação já contempla vacina contra o HPV. Mas, para todas as mulheres, é indispensável a observação ginecológica periódica.


PEDICULOSE PÚBICA
Os piolhos da púbis são parasitas dos pêlos à volta da vulva, do pénis e do ânus. O contágio pode acontecer por contacto sexual ou através da roupa. Para os eliminar, é aconselhável rapar os pêlos da púbis, pois tal torna mais fácil o controlo da doença, que deve ser tratada por um médico especialista.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Menos fadiga a tratar o cancro

Treino de resistência, relaxamento e massagens reduzem a fadiga em doentes oncológicos em tratamento por quimioterapia, revela uma investigação dinamarquesa com 269 participantes.
O estudo decorreu em dois hospitais universitários e incluiu 73 homens e 196 mulheres, entre 20 e 65 anos. Havia 21 tipos de cancro, mas nenhum doente tinha tumor ou metásteses nos ossos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um recebeu os cuidados habituais e o outro, além destes, fez 9 horas semanais de exercício supervisionado por profissionais, durante um mês e meio.
O exercício reduziu a fadiga e melhorou outros aspectos, como a vitalidade, capacidade física e mental. O estado global de saúde e qualidade de vida não sofreram grande alteração.
Os investigadores concluem que o exercício supervisionado é benéfico, como terapia complementar, para doentes com cancro e não acarreta riscos. Mais força muscular e bem-estar emocional são algumas vantagens.

[BRITISH MEDICAL JOURNAL
OUTUBRO DE 2009]

Fruta e legumes contra a depressão

Produtos de charcutaria, fritos industriais e outros alimentos processados, com muito açúcar e gordura, aumentam o risco de depressão, conclui um estudo britânico.
A pesquisa decorreu em Londres e contou com quase 3500 participantes distribuídos por dois grandes padrões alimentares: dieta variada e equilibrada e regime à base de comida industrializada. Na primeira, predominavam a fruta, legumes, peixe e cereais. A segunda era pouco diversificada, baseada em alimentos transformados industrialmente, como fritos, salsichas, enchidos e sobremesas, com elevado teor em açúcares e gordura.
Os participantes que ingeriram mais comida processada têm o risco acrescido de depressão em 58% face aos que seguiram uma alimentação equilibrada e variada.
É mais uma boa razão para preferir uma dieta rica em fruta e legumes e não abusar dos alimentos industrializados!
[BRITISH JOURNAL OF PSYCHIATRY
NOVEMBRO DE 2009]

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Leite: alimento perfeito?


A pretexto da mensagem anterior, relativa a um estudo sobre o consumo de lacticínios na infância, decidimos (re)lembrar a importância do leite na infância e na idade adulta.

Quais as vantagens do aleitamento materno? Qual o relevo do precioso líquido para os adultos? O leite faz mesmo falta ao longo da vida? E qual é o mais indicado? Esclareça as dúvidas e saiba as respostas a estas e outras questões.
Que o leite é um alimento fundamental para as crianças – de tal modo que é a base da dieta dos recém-nascidos – não é novidade. Mas o consumo de leite não é só importante nessa fase da vida. «É óbvio que, durante o crescimento, tem outro impacto na saúde, porque o leite, sendo uma boa fonte de cálcio, é determinante para a edificação da estrutura óssea. Mas também é importante nas várias outras fases da vida, principalmente pelo facto de ser um bom fornecedor de cálcio e de proteínas com aminoácidos essenciais, entre várias outras características». Quem o diz é a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), Alexandra Bento.
Mas comecemos, primeiro, pela importância do leite nas crianças, nomeadamente, nos recém-nascidos. Beber ou não beber não é uma questão que, nessa fase da vida, se coloque – o seu consumo é fundamental. A questão passa por perceber qual o tipo de leite mais indicado: se é sempre o materno, ou se o artificial é, também, uma boa opção.

Recém-nascidos: Leite materno ou adaptado?
«O leite materno é insubstituível; é, sem dúvida, o mais indicado para o bebé», afirma a pediatra Cristina Gouveia. À margem do IV Encontro Nacional de Conselheiros de Aleitamento materno, que decorreu a 30 de Maio de 2009, a especialista, da Administração Regional de Saúde do Algarve, referiu que «o leite artificial é uma opção quando o materno não está disponível, mas dizer que o substitui é errado». E explica porquê: «o leite materno está perfeitamente adaptado ao organismo humano, em termos de características nutricionais, mas também em termos de anticorpos transmitidos ao bebé. Trata-se de um alimento vivo, que tem factores de protecção inimitáveis, que ajudam à diferenciação e à maturação do organismo humano». E, sim, «diminuiu o risco de algumas doenças e infecções». A curto prazo, como de «infecções respiratórias, gastroenterites, otites...» e, também, a longo prazo, como da «diabetes, hipertensão, etc». «Vários estudos evidenciam que há uma menor representação de algumas doenças – até da leucemia ou do linfoma - nos indivíduos que foram amamentados», esclarece a pediatra.
As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) são de que as crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de idade, e devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os dois anos.

E depois da amamentação?
Qual a quantidade certa de leite que as crianças devem consumir? «Isso depende da idade das crianças, e até do conjunto da sua dieta alimentar, porque os derivados do leite também contam», esclarece a pediatra Cristina Gouveia. «Aos dois anos de idade, a quantidade recomendada situa-se entre os 500, 600 mililitros (cerca de três copos de leite)».
Atenção ao excesso de leite! «O leite de vaca, assim como o leite artificial, tem um excesso proteico, e o rim imaturo da criança lida mal com a sobrecarga renal, nomeadamente em termos de cálcio. Mesmo os adultos também não devem exagerar na quantidade de leite», refere a especialista. «O consumo excessivo de qualquer alimento não é recomendado», reforça a nutricionista Alexandra Bento. Por isso, «se se consumir um iogurte, então deve-se reduzir a quantidade de leite, pois são alimentos equiparados nutricionalmente», avisa. Mesmo assim, a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas concorda com a pediatra Cristina Gouveia no que concerne às doses recomendadas de leite para as crianças: «pode variar entre os dois e os três copos de leite diários». Os adolescentes podem consumir um pouco mais: «entre três e quatro copos».
A nutricionista afirma que, «de um modo geral, não há preocupação, nestas faixas etárias, em relação ao consumo de leite; não é insuficiente».
Os adultos e o leite
Várias teses existem contra o consumo de leite na idade adulta. Referem, entre outros tópicos, que se trata de algo anti-natural (mais nenhum mamífero consome leite após a amamentação), que é possível obter quantidades adequadas de cálcio sem recorrer aos lacticínios, e que, em pessoas geneticamente predispostas, algumas proteínas do leite bovino (e também ovino e caprino) podem causar reacções alérgicas e até doenças auto-imunes. No entanto, se isso é verdade, também é verdade que o leite não é só composto por cálcio e proteínas. Das suas características nutricionais destacam-se, também, várias vitaminas, outros minerais (para além do cálcio) e oligoelementos - sobretudo selénio e iodo.
A nutricionista Alexandra Bento não considera, «em momento algum», que o consumo de leite na idade adulta seja algo anti-natural. «O leite é um alimento importante para a saúde e o seu consumo é recomendado», diz.
A especialista não esquece que o leite e os seus derivados não são os únicos fornecedores de cálcio – «os alimentos de origem vegetal, sobretudo os muito verdes, como é o caso da couve-galega, até são alimentos que têm um bom aporte desse mineral», diz – mas «a questão é se de facto os consumimos em quantidades suficientes para obter esse benefício». Por isso, Alexandra Bento recomenda que a população adulta beba «cerca de dois copos de leite por dia». Em relação aos mais idosos, a nutricionista alerta para o facto de que os que nunca consumiram leite, «também não é essa a altura mais indicada». Pelo facto de que «para fazermos uma boa digestão do leite, temos de ter capacidade de digerir a lactose (o açúcar do leite), e precisamos de uma enzima presente no nosso estômago (a lactase). Se nós nunca consumimos leite ao longo da vida, essa enzima fica, de algum modo, ‘preguiçosa’; por isso, muitas pessoas mais idosas (e não só), quando nunca beberam leite e começam a consumi-lo, muitas vezes, dizem que ficam com uma sensação de desconforto». Trata-se da intolerância à lactose. Deste modo, a especialista recomenda o consumo «de outras fontes alimentares, também boas fornecedores de cálcio». Até porque a osteoporose é uma doença - prevenível com o consumo de cálcio – frequente na terceira idade.

Qual o melhor leite?
Os leites disponíveis no mercado não são todos iguais – a começar pelo preço ou pelo sabor… «O leite de vaca, como outros alimentos, não é todo igual. Começa logo por depender da natureza do pasto, etc.», refere Alexandra Bento. «Depois, o processo de fabrico torna possível alterar a quantidade de gordura» – a propósito, a nutricionista considera que, «genericamente, a melhor opção é o leite meio-gordo, embora o magro seja recomendado para determinados indivíduos com patologias várias ou a fazer um programa de perda de peso». E, também, o leite pode passar por processos térmicos diferentes, que lhe confere valores distintos em termos de quantidade de vitaminas. Além disso, «a indústria alimentar inova e põe ao dispor do consumidor alguns leites adaptados às diferentes necessidades: ora com mais cálcio e vitamina D, ora com menos lactose…»
No entanto, a qualidade mesmo do leite mais barato – que não oferece essas ‘inovações’ – não é posta em causa. «Existem rigorosos controlos de qualidade», atesta Alexandra Bento. «E se olharmos para os vários tipos de leite apenas como fornecedores de proteínas e de cálcio, então são muito parecidos».

Por isso, opte pelo sabor de que mais gostar, pela marca que preferir, pelo preço que mais lhe convier, mas não descure a importância do leite – e dos seus derivados! Se se trata, ou não - como Hipócrates (século IV a. C.), ‘pai’ da Medicina, referiu – de «um alimento muito próximo da perfeição», as teses actuais divergem. Mas o seu consumo é aconselhado. Às crianças, claro, mas, também, aos adultos.

Algumas razões para beber leite:
- É a melhor fonte de cálcio
- Tem proteínas de alto valor biológico
- Boa fonte de energia
- É uma boa fonte de vitaminas
- É um alimento seguro, versátil e acessível

Alto consumo de lacticínios na infância aumenta expectativa de vida

Um estudo publicado na revista «Heart» afirma que as crianças que consomem muitos produtos derivados do leite têm uma expectativa de vida maior.
Para a pesquisa, investigadores da Universidade de Bristol, da Grã-Bretanha, e do Queensland Institute of Medical Research, da Austrália, procuraram, 65 anos depois, o paradeiro de 4.374 crianças submetidas a um estudo nos anos 30, no Reino Unido, e descobriram que as que tinham alto consumo de lacticínios e cálcio na infância mostraram maior resistência a doenças cardiovasculares e outras doenças letais.
Apesar de os lacticínios conterem gordura e colesterol, o alto consumo dos produtos não aumentou os riscos de doenças cardíacas. O consumo de pelo menos 400 miligramas de cálcio - presente em menos de meio litro de leite - reduziu em 60% os riscos de morte por doença cardiovascular.
Os dados da pesquisa corroboram os níveis de consumo de lacticínios sugeridos actualmente por especialistas. Para consumir a quantidade de cálcio sugerida diariamente, uma pessoa deve tomar um copo de 200 mililitros de leite, uma porção de iogurte e um pequeno pedaço de queijo.
Os cientistas acreditam que outros factores podem ter influenciado os resultados da pesquisa. Por exemplo, as crianças que tinham consumo diário mais alto de cálcio vinham de famílias mais ricas, e tinham melhores hábitos alimentares. No entanto, sustentam que há indícios de que o alto consumo de cálcio é bom para a pressão sanguínea.
A cientista Joanne Murphy, da Stroke Association, que não participou na pesquisa, referiu que "este é um estudo interessante, mas precisamos observar mais para poder realmente ter ideia dos benefícios do leite na redução de probabilidade de morte por doença cardiovascular".
"Enquanto isso, recomendamos que os pais escolham dietas ricas em frutas e vegetais e com pouca gordura saturada e sal para o bem-estar geral dos seus filhos."

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Blogue do Desportista deseja a todos um ÓPTIMO ANO NOVO, com tudo o que há de melhor.
Que 2010 nos traga a todos muita saúde, tudo o resto vem por acréscimo.
Boas entradas!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

O Blogue do Desportista deseja a todos um FELIZ NATAL.
Aproveitamos esta época festiva para relembrar os problemas sociais do país (e não só!) e dos diversos modos de contribuição para as inúmeras campanhas que decorrem nestes dias.
Contribuam, ajudem quem precisa de ajuda!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Risco de cancro cai para metade com 30 minutos de exercício diário

Um estudo efectuado defende que a prática de exercício físico por pelo menos 30 minutos por dia não só previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como reduz para metade o risco de cancro.
A pesquisa, publicada recentemente pelo "British Journal of Sports Medicine", indica que, quando uma pessoa pratica desportos de média ou alta intensidade, o consumo de oxigénio aumenta e ajuda o corpo a combater diversos tipos de doença, entre elas o cancro.
Para chegar a essa conclusão, uma equipa de investigadores das universidades finlandesas de Kuopio e Oulu acompanhou por quase 17 anos os hábitos de vida de mais de 2.500 homens adeptos de práticas desportivas e que tinham entre 42 e 61 anos de idade.
Do total dos participantes do estudo, 181 morreram na sequência de algum tipo de cancro. Os mais frequentes foram de pulmão, próstata, cérebro, na região gastrointestinal e os linfomas.
Ao longo da pesquisa, os cientistas estudaram os hábitos desportivos dos voluntários para determinar, em unidades metabólicas (MET), qual a quantidade de oxigénio consumida durante a prática de exercícios segundo a intensidade do mesmo. Ficou constatado, por exemplo, que a quantidade de oxigénio consumida numa caminhada normal, numa caminhada acelerada e durante o nado é de 4,2 MET, 10,1 MET e 5,4 MET, respectivamente. Em média, a quantidade de oxigénio consumida por todos os voluntários nos seus exercícios era de 4,5 MET, dedicando 66 minutos a actividades físicas. No entanto, 27% deles não dedicavam meia hora de seu dia à prática de desporto.
Com esses dados, os investigadores concluíram que um aumento de 1,2 MET na quantidade de oxigénio consumida durante exercícios reduz os riscos de cancro, especialmente de pulmão e na região gastrointestinal.
Durante o estudo, os cientistas avaliaram outros factores exógenos, como a idade, o consumo de álcool e tabaco, a alimentação e o índice de massa corporal.

Idosos fisicamente activos possuem melhor vasculatura cerebral


Uma pesquisa recente mostrou que idosos que praticam actividade aeróbica regular apresentaram uma melhoria da vasculatura cerebral.
O trabalho foi publicado na revista "American Journal of Neuroradiology". Através de uma técnica de angiografia por ressonância magnética, foi examinado o número e formato dos vasos sanguíneos cerebrais de sete idosos fisicamente activos e sete idosos sedentários, entre os 60 e 80 anos.
O grupo activo participou em actividades aeróbicas, no mínimo 180 minutos por semana nos últimos dez anos, e o outro grupo não apresentava historial de exercício físico regular. Os idosos activos exibiram um maior número de pequenos vasos e baixos valores de vasos tortuosos que os idosos com baixo nível de actividade física.
Os dados deste estudo estão de acordo com estudos anteriores que indicam que pessoas idosas aerobicamente activas tendem a preservar uma melhor anatomia cerebral que idosos sedentários. No entanto, mais pesquisas são necessárias para concluir se a actividade aeróbica em pessoas idosas previamente sedentárias pode reverter as alterações anatómicas e funcionais cerebrovasculares associadas ao avançar da idade.

Actividades físicas podem reduzir sentimento de falta de esperança

Homens que são fisicamente mais activos parecem ter uma visão mais optimista da vida, segundo estudo finlandês publicado na revista BMC Public Health.
Segundo os investigadores, do Hospital Universitário Kuopio, na Finlândia, a falta de esperança pode aumentar o efeito do sedentarismo nas doenças cardíacas e no risco de morte.
Os especialistas entrevistaram mais de 2.400 homens com idades entre 42 e 60 anos sobre o seu humor e nível de actividades físicas e avaliaram-nos quando ao condicionamento físico. As análises indicaram que aqueles que gastavam menos de uma hora por semana a fazer exercícios físicos de moderados a vigorosos eram 37% mais propensos a sentirem-se sem esperança, comparados com aqueles que se exercitavam pelo menos 2,5 horas semanais.
Os participantes que apresentaram mais altos níveis de desesperança tinham "características mais pronunciadas" de síndrome metabólica, um conjunto de sintomas que aumentam os riscos de doença cardíaca e diabetes tipo II. Também eram menos activos e estavam em pior forma física. E os exercícios vigorosos mostraram-se mais eficazes na redução desse sentimento negativo.
De acordo com os investigadores, mesmo considerando depressão, idade, tabagismo, nível socioeconómico e outros factores relevantes, a relação entre os níveis de actividade física e o sentimento de esperança permanecia considerável. E os resultados indicam que ser activo pode ajudar a "melhorar ou proteger contra sentimentos de desespero". Análises mais profundas mostraram que a depressão e esperança, embora distintas, estão relacionadas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Crise leva adolescentes a usar as 'litrosas' para beber à noite



Muitos jovens dos 13 aos 15 anos compram as bebidas de litro em lojas e não nos bares. É mais barato e não há qualquer controlo.
"A crise afecta a todos! Não são só os mais velhos que sofrem, os jovens também." É assim que Pedro de 15 anos explica as dificuldades de muitos adolescentes em adquirir álcool em bares. A alternativa é comprar "litrosas". Ou seja, garrafas de litro de bebidas alcoólicas em supermercados ou lojas de conveniência e trazê-las para a "noite".
Para os jovens que conversaram com o DN, um pequeno grupo das centenas que preenchiam uma das ruas junto à 24 de Julho, convívio sem álcool é impensável. A solução passa, para alguns, por trazerem as suas bebidas a um preço mais baixo do que se consumissem em bares e escolher locais na rua junto de bares de diversão nocturna. Controlo nas lojas garantem que não há nenhum, mesmo sendo eles menores.
Pedro apoia e compreende que os amigos recorram às "litrosas", sejam de cerveja, bebidas brancas ou misturas. Contudo, para quem recebe uma mesada de 160€ explicou que "são um peso desnecessário". "Prefiro as imperiais", salientou. Mas afinal com tanto dinheiro, como pode falar de crise? "Queria receber mais de mesada", responde peremptoriamente.
À sua frente, Vasco, 13 anos, mostra as poucas moedas que sobravam dos 20€ que recebeu dos pais para gastar num mês. Fazia contas, pois nesta noite havia optado por trazer uma garrafa de vodka de casa. "Mas alguém a roubou, bebi muito pouco", queixa-se. Encostado a um carro, desalentado, sempre com as moedas na mão, conta que sai para conviver e beber. "Esta semana tenho cinco testes, tenho de descontrair."
Do lado oposto está António, também de 13 anos. Tal como Vasco opta pelas "litrosas" ainda que dinheiro para si não seja um problema, apenas o faz por ser mais prático e vantajoso. Orgulhosamente defende que quando sai, fá-lo para beber. "Ah, e claro, também para conviver!". Ostenta o cartão de crédito que serve para emergências caso os 250€ de mesada acabem cedo. "Os meus pais não controlam o que gasto", assegura, acrescentando que compra as bebidas "nas lojas dos chineses ou nos indianos". "Nunca pedem identificação."
Timidamente Joana, 14 anos, olha para o movimento da rua. Alegria não falta entre os seus amigos, alguns a prepararem-se para ir buscar mais uma ronda de bebidas. "Eu não bebo, ou melhor, deixei de beber", refere. A razão é segredo, mas talvez prefira guardar os 20€ que recebe por mês para outras preferências. Demonstra algum nervosismo ao falar, mas desta vez já não esconde o porquê: "para sair à noite tive de dizer aos meus pais que ia dormir a casa de uma amiga. Se desconfiam? Sim, um pouco, mandam umas bocas, mas nunca tive problemas."
Para estes jovens os pais não são uma preocupação. É comum os conselhos que ouvem: "tem cuidado e não venhas tarde." Entendimento dos adolescentes: desde que cheguem a casa às cinco da manhã, nada acontece. Quando regressam um "pouco mais alegres" do que o recomendável, Vasco dá o exemplo do que se deve fazer: "ir direitinho para o quarto. É bom é conseguir dar com ele."

Fonte:


O Blogue do Desportista alerta para a importância da notícia acima e da problemática a ela adjacente.
Um estilo de vida saudável deixou de ser importante, para se tornar crucial na prevenção de doenças e melhoria nas condições de vida. Não só é importante sermos capazes de mudar o nosso estilo de vida (para um mais saudável), como é igualmente indispensável que consigamos elucidar os mais novos (e não só!) para o mesmo. Por isso, devemos sempre aconselhar à tomada de as decisões que sabemos ser, por vezes, as mais dificeis, mais trabalhosas, mais custosas, mas acima de tudo, as mais saudáveis! Contamos com a vossa ajuda!

sábado, 28 de novembro de 2009

Portugal com delegação do Observatório Europeu sobre Violência contra Mulheres




Portugal vai ter a partir de hoje uma delegação do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres do Lobby Europeu das Mulheres (LEM) que terá como missão principal alertar para as várias formas de violência de género.
O ramo nacional do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres do LEM, estrutura que em Portugal vai ser coordenada pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e pela Associação de Mulheres Contra a Violência, vai ser lançado hoje em Lisboa.
Com mais de 2500 organizações, o Lobby Europeu das Mulheres (LEM) é a maior organização não-governamental (ONG) da União Europeia, sendo a sua área de intervenção é a luta contra a violência sobre as mulheres e o acompanhamento das políticas ao nível europeu.
A presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, Sofia Fernandes, disse que o LEM tem um observatório, mas a prioridade neste momento é "a criação de antenas em cada um dos países".
Depois de terem sido criadas "antenas" na Irlanda, Dinamarca, Suécia e França, é agora a vez de Portugal ter um ramo do Observatório sobre Violência Contra as Mulheres.
O observatório em Portugal pretende "consciencializar e tornar visível que a violência sobre as mulheres é uma questão transversal à sociedade e que há diferentes tipos de violência", adiantou Sofia Fernandes.

Outras formas de violência contra a mulher
"A violência de género não se restringe à violência doméstica, é muito mais abrangente. Engloba questões como a prostituição, tráfico, casamento forçado, crimes de honra, mutilação genital feminina, assédio no trabalho e violação", sublinhou.
A presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres afirmou que o observatório em Portugal quer "identificar as questões emergentes na área da violência contra as mulheres" e "tornar mais visível" esta matéria.
Lutar por "melhores políticas de apoio às vítimas da violência masculina" e a certificação dos profissionais que trabalham nos serviços de apoio são outras das prioridades do ramo nacional do observatório.
Segundo a presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, 45% das mulheres da União Europeia já foram vítimas de qualquer tipo de violência.
Criado em 2004, o Observatório sobre Violência Contra as Mulheres tem sede em Bruxelas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Banco Alimentar: fim-de-semana de recolha por todo o país


Os Bancos Alimentares Contra a Fome apelam mais uma vez à "solidariedade mais do que nunca necessária" em tempo de crise, para uma nova campanha de recolha de alimentos no próximo fim-de-semana (28 e 29 de Novembro).
A iniciativa deve envolver 27 mil pessoas na causa e quer "fazer face a um crescente número de pedidos de apoio que tem vindo a chegar aos Bancos Alimentares contra a Fome", explica a instituição.
De Janeiro a Junho, o Banco Alimentar contribuiu para a alimentação de mais de 267 mil pessoas, "com comprovadas necessidades", através de 1650 instituições de solidariedade social.
A campanha deste fim-de-semana decorre nos moldes tradicionais: nos estabelecimentos comerciais das zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel (Açores), Setúbal, Cova da Beira, Leiria, Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre e Braga.
Voluntários devidamente identificados vão convidar os portugueses a associarem-se a esta campanha e a destinarem as suas dádivas ao Banco Alimentar da respectiva região, aceitando um saco do Banco Alimentar e nele colocando bens alimentares não perecíveis, tais como leite, atum, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc..
O produto da campanha, ainda com recurso ao voluntariado, será distribuído de imediato localmente a pessoas com carências e acompanhadas ao longo do ano por voluntários visitadores.

Em simultâneo, decorre até dia 6 de Dezembro a campanha "Ajuda Vale", em todas as lojas das cadeias Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Modelo/Continente, Pingo Doce e Feira Nova.
Nesses estabelecimentos serão disponibilizados vales de seis produtos considerados básicos à alimentação. Cada cupão representa uma unidade do produto.

Vamos ajudar!

Estudo associa consumo de peixe a um menor risco de demência

Comer peixe regularmente pode ser uma boa forma de reduzir os riscos de desenvolver demência na velhice, segundo um estudo britânico.
Os autores, do King's College London, acreditam que o grande responsável por essa relação é o ómega 3, ácido gordo presente em alguns peixes, como o salmão.
Os investigadores avaliaram quase 15 mil pessoas com mais de 65 anos no Peru, México, China, Índia, Cuba, República Dominicana e Venezuela. E, em todos os países, com excepção da Índia, foi observado uma relação inversa entre o consumo de peixes e a prevalência de demência.
“Os nossos resultados estendem as descobertas sobre as associações do consumo de peixe com o risco de demência para populações de países em vias de desenvolvimento, e são consistentes com os dados mecanicistas sobre as acções protectoras dos ácidos gordos ómega 3 de cadeias longas, comummente encontrado em peixes”, explica o investigador Emiliano Albanese.

20 minutos de exercícios garantem 12 horas de bem-estar


Investigadores norte-americanos dizem que a endorfina, hormona neurotransmissora de bem-estar, continua a agir por cerca de 12 horas após a prática de exercício.
Essas substâncias químicas conduzem impulsos eléctricos aos neurónios, proporcionando uma sensação de conforto contínua e não apenas temporária, como se acreditava até então.
Foram observados 48 voluntários, que se dividiram em dois grupos: metade praticou exercícios físicos durante os testes e o restante permaneceu sedentário. Antes de iniciarem os testes, os participantes responderam a questionários sobre sua disposição mental e seus hábitos alimentares.
Em seguida, os integrantes do grupo da actividade física pedalaram por 20 minutos em intensidade moderada por 10 dias consecutivos para testar o humor e a disposição do grupo em relação às características apresentadas pelos pacientes sedentários. Embora os níveis de endorfina tenham caído rapidamente na circulação, o seu tempo de actuação na massa cinzenta é suficiente para anular o stress e o cansaço por um tempo muito maior, o que pode ser a resposta para o tratamento de doenças como a depressão.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Estudo diz que mais de 1,5 mil milhões de pessoas terão hipertensão em 2025


Cerca de 1,56 mil milhões de adultos sofrerão de hipertensão em todo o mundo em 2025, segundo um estudo publicado pela revista médica britânica "The Lancet".
No ano 2000, um total de 972 milhões de pessoas, ou 26,4% da população adulta do planeta, já tinha uma elevada pressão sanguínea. Esses números não incluem, no entanto, a chamada pré-hipertensão, ou seja, a pressão sanguínea um pouco mais alta que o normal. Somente na China, a hipertensão está na origem de mais de 1 milhão de mortes prematuras (antes dos 72 anos nos homens e de 75 nas mulheres) e de mais de 2 milhões de mortes no total por ano. Em 2005, cerca de 2,3 milhões de mortes por causas cardiovasculares ocorridas na China foram atribuídas directamente à pressão sanguínea. Essa é a conclusão do artigo do investigador Jiang He, da Tulane University School of Public Health and Tropical Medicine, no Estado norte-americano de Louisiana. «A hipertensão é a principal causa das mortes na China por razões que poderiam ser prevenidas», segundo os autores do estudo, que aconselham, entre outras coisas, a redução da ingestão de sal diária e uma mudança geral no estilo de vida.

E o aviso está dado: é bom que nos esforcemos para conseguir modificar o nosso estilo de vida, para evitar, entre outros cenários, um futuro hipertenso!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dançar tango pode ajudar pessoas com doença de Parkinson e Alzheimer

Hospitais e clínicas psiquiátricas estão a utilizar o tango, estilo de dança argentino, para o tratamento de doenças neurodegenerativas e outros problemas. Numa reportagem publicada esta semana na agência Reuters, os especialistas destacam que a prática melhora o equilíbrio, a auto-estima, a coordenação motora e até a memória dos doentes de Parkinson e Alzheimer. De acordo com a Reuters, a dança é utilizada na Itália e na Austrália para o tratamento das duas doenças degenerativas, além de fobias e traumas gerados pela separação de um casal. Nos Estados Unidos, investigadores da Universidade de Washington descobriram que as aulas de tango têm bons resultados no equilíbrio dos pacientes com doença de Parkinson. Por outro lado, os complexos passos da dança terão ajudado a memória de doentes na Grã-Bretanha, enquanto também está a ser utilizada em terapias de casal na Itália, promovendo a interacção entre os parceiros. “O tratamento não é apenas terapia e medicamentos, é dar aos pacientes um bom momento para se divertir consigo mesmos, destacou a psicóloga Trinidad Cocha, que ensina tango semanalmente no Hospital Borda, em Buenos Aires. “Eles relaxam, e todos os rótulos desaparecem. Aqui, não somos médicos, enfermeiros, músicos ou pacientes. Somos apenas dançarinos de tango”, complementa a especialista. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar os benefícios clínicos da dança e os mecanismos envolvidos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Idosos fisicamente activos possuem melhor vasculatura cerebral


Uma pesquisa recente mostrou que idosos que praticam actividade aeróbica regular apresentaram uma melhoria da vasculatura cerebral. O trabalho foi publicado na revista "American Journal of Neuroradiology". Através de uma técnica de angiografia por ressonância magnética, foi examinado o número e formato dos vasos sanguíneos cerebrais de sete idosos fisicamente activos e sete idosos sedentários, entre os 60 e 80 anos. O grupo activo participou em actividades aeróbicas, no mínimo 180 minutos por semana nos últimos dez anos, e o outro grupo não apresentava historial de exercício físico regular. Os idosos activos exibiram um maior número de pequenos vasos e baixos valores de vasos tortuosos que os idosos com baixo nível de actividade física. Os dados deste estudo estão de acordo com estudos anteriores que indicam que pessoas idosas aerobicamente activas tendem a preservar uma melhor anatomia cerebral que idosos sedentários. No entanto, mais pesquisas são necessárias para concluir se a actividade aeróbica em pessoas idosas previamente sedentárias pode reverter as alterações anatómicas e funcionais cerebrovasculares associadas ao avançar da idade.
Não se esqueça: praticar exercício físico regular traz imensos benefícios tanto a nível físico como psicológico!

Portugueses pioneiros em estudo da cafeína no Alzheimer


Nos últimos tempos, sucedem-se os estudos demonstrando o efeito protector da cafeína em relação ao desenvolvimento de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa sem cura. Tudo começou em 2002, com a publicação de um artigo de dois investigadores portugueses. Esta é a história desse artigo pioneiro, no 'European Journal of Neurology'.
Um estudo publicado esta semana no Journal of Alzheimer Disease mostra que uma dose de cafeína equivalente a cinco chávenas diárias de café permite reduzir significativamente, no cérebro e no sangue de ratos idosos com Alzheimer, os níveis da proteína ligada à doença, diminuindo também os seus sintomas. Este é só o último de uma série de estudos nesta área, que se iniciaram no final da década de 90, pela mão de dois portugueses: Luís Maia e Alexandre Mendonça. Um pioneirismo que tem uma história e cujo futuro parece promissor.
Psicólogo de formação, Luís Maia decidiu fazer no final da década de 90 um mestrado diferente. Rumou à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e foi aceite no mestrado de neurociências. Sob a orientação de Alexandre Mendonça, neurologista e especialista em doenças neurodegenerativas no Hospital de Sta. Maria, em Lisboa, o hoje professor e investigador da Universidade da Beira Interior lançou-se numa investigação que acabou por um abrir um novo caminho. "Em 1999 saiu um artigo de cientistas norte-americanos, no qual se relatava um efeito neuro-protector da nicotina na doença de Parkinson", contou ao DN Luís Maia. Por essa altura, estavam também a ser desenvolvidos estudos para se perceber que factores poderiam ser neuroprotectores no envelhecimento. As xantinas, substâncias-primas da cafeína, tinham bons resultados em ensaios clínicos, em alguns países, e deste contexto surgiu a ideia de estudar a cafeína - um dos produtos "mais consumidos do mundo", sublinha Luís Maia -, em relação à doença de Alzheimer. "Lembrámo-nos de trabalhar com os doentes do Serviço de Neurologia do Hospital de Sta. Maria, olhando para a sua história de vida, e tentar perceber se a cafeína podia ser isolada como factor neuroprotector da doença", conta.
A pergunta era arriscada e o resultado poderia ter sido negativo. Mas o que aconteceu foi o contrário. "Utilizámos uma metodologia muito refinada, o estudo de caso - controlo emparelhado", explica o psicólogo. Durante um ano, foram avaliados 72 doentes de Alzheimer e comparados com 72 pessoas saudáveis com características de género, sociodemográficas, de idade e de escolaridade idênticas. "Para encontrarmos as pessoas tivemos de contactar mais de 150", lembra o investigador. Os resultados compensaram. Comparando a ingestão de café dos doentes nos 20 anos que antecederam o diagnóstico, com o mesmo período nas pessoas saudáveis, e também no pós-diagnóstico para os primeiros e no mesmo período para os saudáveis, verificou-se que os saudáveis haviam ingerido mais do dobro do café no primeiro período considerado, e quase o quádruplo no segundo.

Conclusão: quem não consome café tem um risco acrescido em 40% de desenvolver a doença de Alzheimer.

Estava aberto caminho a novos estudos. Alexandre Mendonça continua a desenvolver investigação na área. Luís Maia continua a trabalhar em doenças neurodegenerativas. Mas, cafeína, só nas duas a três chávenas que bebe todos os dias.