sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

57% dos adolescentes vítimas de violência dos parceiros


Cinquenta e sete por cento dos adolescentes e jovens do distrito do Porto entre os 15 e 19 anos dizem ter sido vítimas de comportamentos abusivos nas suas relações de namoro, revelou a investigadora Madalena Oliveira.
A docente da Universidade Fernando Pessoa disse à agência Lusa que os resultados preliminares do seu estudo indicam também que "45 por cento dos jovens admitem terem sido violentos nas suas relações amorosas". "Falamos de violência física, psicológica e sexual. Os comportamentos mais usados pelos jovens são o insulto (16%), difamações (11%), impedir contacto com outras pessoas (16%), bofetadas (17%), puxões de cabelo (6%), empurrões violentos (8%) e esganadura (4%)", afirmou.
Madalena Oliveira realçou que "estes atos causam muitas vezes ferimentos e alguns necessitam de assistência médica". Treze por cento dos comportamentos físicos abusivos resultaram em ferimentos, um terço dos quais com necessidade de assistência médica. "As mulheres são tão violentas como os homens, embora estes sejam mais agressivos fisicamente e as mulheres cometam mais comportamentos emocionalmente abusivos", salientou.
Os dados preliminares resultam de inquéritos a cerca de 300 adolescentes e jovens do distrito do Porto, mas a investigadora já alargou o estudo aos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila real, Bragança e Aveiro, num total de 928 inquiridos.
Apesar de análise aos restantes distritos ainda não estar concluída, Madalena Oliveira sublinhou que os dados compilados permitem desde já avançar que "continua a predominância de abuso físico e emocional". "Temos de apostar na prevenção e sensibilização junto das famílias, começando com as crianças desde o início. E temos de afastar os agressores", defendeu a investigadora, frisando que a violência entre parceiros "é um fenómeno social alarmante".
Numa outra vertente do seu estudo, a docente concluiu que 70 por cento dos adolescentes e jovens legitimam a violência doméstica. "Há um fenómeno transgeracional de violência doméstica. A probabilidade de estes jovens repetirem e serem vítimas de violência no futuro é altíssima", alertou Madalena Oliveira.

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