A pretexto da mensagem anterior, relativa a um estudo sobre o consumo de lacticínios na infância, decidimos (re)lembrar a importância do leite na infância e na idade adulta.
Quais as vantagens do aleitamento materno? Qual o relevo do precioso líquido para os adultos? O leite faz mesmo falta ao longo da vida? E qual é o mais indicado? Esclareça as dúvidas e saiba as respostas a estas e outras questões.
Que o leite é um alimento fundamental para as crianças – de tal modo que é a base da dieta dos recém-nascidos – não é novidade. Mas o consumo de leite não é só importante nessa fase da vida. «É óbvio que, durante o crescimento, tem outro impacto na saúde, porque o leite, sendo uma boa fonte de cálcio, é determinante para a edificação da estrutura óssea. Mas também é importante nas várias outras fases da vida, principalmente pelo facto de ser um bom fornecedor de cálcio e de proteínas com aminoácidos essenciais, entre várias outras características». Quem o diz é a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), Alexandra Bento.
Mas comecemos, primeiro, pela importância do leite nas crianças, nomeadamente, nos recém-nascidos. Beber ou não beber não é uma questão que, nessa fase da vida, se coloque – o seu consumo é fundamental. A questão passa por perceber qual o tipo de leite mais indicado: se é sempre o materno, ou se o artificial é, também, uma boa opção.
Quais as vantagens do aleitamento materno? Qual o relevo do precioso líquido para os adultos? O leite faz mesmo falta ao longo da vida? E qual é o mais indicado? Esclareça as dúvidas e saiba as respostas a estas e outras questões.
Que o leite é um alimento fundamental para as crianças – de tal modo que é a base da dieta dos recém-nascidos – não é novidade. Mas o consumo de leite não é só importante nessa fase da vida. «É óbvio que, durante o crescimento, tem outro impacto na saúde, porque o leite, sendo uma boa fonte de cálcio, é determinante para a edificação da estrutura óssea. Mas também é importante nas várias outras fases da vida, principalmente pelo facto de ser um bom fornecedor de cálcio e de proteínas com aminoácidos essenciais, entre várias outras características». Quem o diz é a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), Alexandra Bento.
Mas comecemos, primeiro, pela importância do leite nas crianças, nomeadamente, nos recém-nascidos. Beber ou não beber não é uma questão que, nessa fase da vida, se coloque – o seu consumo é fundamental. A questão passa por perceber qual o tipo de leite mais indicado: se é sempre o materno, ou se o artificial é, também, uma boa opção.
Recém-nascidos: Leite materno ou adaptado?
«O leite materno é insubstituível; é, sem dúvida, o mais indicado para o bebé», afirma a pediatra Cristina Gouveia. À margem do IV Encontro Nacional de Conselheiros de Aleitamento materno, que decorreu a 30 de Maio de 2009, a especialista, da Administração Regional de Saúde do Algarve, referiu que «o leite artificial é uma opção quando o materno não está disponível, mas dizer que o substitui é errado». E explica porquê: «o leite materno está perfeitamente adaptado ao organismo humano, em termos de características nutricionais, mas também em termos de anticorpos transmitidos ao bebé. Trata-se de um alimento vivo, que tem factores de protecção inimitáveis, que ajudam à diferenciação e à maturação do organismo humano». E, sim, «diminuiu o risco de algumas doenças e infecções». A curto prazo, como de «infecções respiratórias, gastroenterites, otites...» e, também, a longo prazo, como da «diabetes, hipertensão, etc». «Vários estudos evidenciam que há uma menor representação de algumas doenças – até da leucemia ou do linfoma - nos indivíduos que foram amamentados», esclarece a pediatra.
As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) são de que as crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de idade, e devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os dois anos.
E depois da amamentação?
Qual a quantidade certa de leite que as crianças devem consumir? «Isso depende da idade das crianças, e até do conjunto da sua dieta alimentar, porque os derivados do leite também contam», esclarece a pediatra Cristina Gouveia. «Aos dois anos de idade, a quantidade recomendada situa-se entre os 500, 600 mililitros (cerca de três copos de leite)».
Atenção ao excesso de leite! «O leite de vaca, assim como o leite artificial, tem um excesso proteico, e o rim imaturo da criança lida mal com a sobrecarga renal, nomeadamente em termos de cálcio. Mesmo os adultos também não devem exagerar na quantidade de leite», refere a especialista. «O consumo excessivo de qualquer alimento não é recomendado», reforça a nutricionista Alexandra Bento. Por isso, «se se consumir um iogurte, então deve-se reduzir a quantidade de leite, pois são alimentos equiparados nutricionalmente», avisa. Mesmo assim, a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas concorda com a pediatra Cristina Gouveia no que concerne às doses recomendadas de leite para as crianças: «pode variar entre os dois e os três copos de leite diários». Os adolescentes podem consumir um pouco mais: «entre três e quatro copos».
A nutricionista afirma que, «de um modo geral, não há preocupação, nestas faixas etárias, em relação ao consumo de leite; não é insuficiente».
«O leite materno é insubstituível; é, sem dúvida, o mais indicado para o bebé», afirma a pediatra Cristina Gouveia. À margem do IV Encontro Nacional de Conselheiros de Aleitamento materno, que decorreu a 30 de Maio de 2009, a especialista, da Administração Regional de Saúde do Algarve, referiu que «o leite artificial é uma opção quando o materno não está disponível, mas dizer que o substitui é errado». E explica porquê: «o leite materno está perfeitamente adaptado ao organismo humano, em termos de características nutricionais, mas também em termos de anticorpos transmitidos ao bebé. Trata-se de um alimento vivo, que tem factores de protecção inimitáveis, que ajudam à diferenciação e à maturação do organismo humano». E, sim, «diminuiu o risco de algumas doenças e infecções». A curto prazo, como de «infecções respiratórias, gastroenterites, otites...» e, também, a longo prazo, como da «diabetes, hipertensão, etc». «Vários estudos evidenciam que há uma menor representação de algumas doenças – até da leucemia ou do linfoma - nos indivíduos que foram amamentados», esclarece a pediatra.
As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) são de que as crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de idade, e devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os dois anos.
E depois da amamentação?
Qual a quantidade certa de leite que as crianças devem consumir? «Isso depende da idade das crianças, e até do conjunto da sua dieta alimentar, porque os derivados do leite também contam», esclarece a pediatra Cristina Gouveia. «Aos dois anos de idade, a quantidade recomendada situa-se entre os 500, 600 mililitros (cerca de três copos de leite)».
Atenção ao excesso de leite! «O leite de vaca, assim como o leite artificial, tem um excesso proteico, e o rim imaturo da criança lida mal com a sobrecarga renal, nomeadamente em termos de cálcio. Mesmo os adultos também não devem exagerar na quantidade de leite», refere a especialista. «O consumo excessivo de qualquer alimento não é recomendado», reforça a nutricionista Alexandra Bento. Por isso, «se se consumir um iogurte, então deve-se reduzir a quantidade de leite, pois são alimentos equiparados nutricionalmente», avisa. Mesmo assim, a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas concorda com a pediatra Cristina Gouveia no que concerne às doses recomendadas de leite para as crianças: «pode variar entre os dois e os três copos de leite diários». Os adolescentes podem consumir um pouco mais: «entre três e quatro copos».
A nutricionista afirma que, «de um modo geral, não há preocupação, nestas faixas etárias, em relação ao consumo de leite; não é insuficiente».
Os adultos e o leite
Várias teses existem contra o consumo de leite na idade adulta. Referem, entre outros tópicos, que se trata de algo anti-natural (mais nenhum mamífero consome leite após a amamentação), que é possível obter quantidades adequadas de cálcio sem recorrer aos lacticínios, e que, em pessoas geneticamente predispostas, algumas proteínas do leite bovino (e também ovino e caprino) podem causar reacções alérgicas e até doenças auto-imunes. No entanto, se isso é verdade, também é verdade que o leite não é só composto por cálcio e proteínas. Das suas características nutricionais destacam-se, também, várias vitaminas, outros minerais (para além do cálcio) e oligoelementos - sobretudo selénio e iodo.
A nutricionista Alexandra Bento não considera, «em momento algum», que o consumo de leite na idade adulta seja algo anti-natural. «O leite é um alimento importante para a saúde e o seu consumo é recomendado», diz.
A especialista não esquece que o leite e os seus derivados não são os únicos fornecedores de cálcio – «os alimentos de origem vegetal, sobretudo os muito verdes, como é o caso da couve-galega, até são alimentos que têm um bom aporte desse mineral», diz – mas «a questão é se de facto os consumimos em quantidades suficientes para obter esse benefício». Por isso, Alexandra Bento recomenda que a população adulta beba «cerca de dois copos de leite por dia». Em relação aos mais idosos, a nutricionista alerta para o facto de que os que nunca consumiram leite, «também não é essa a altura mais indicada». Pelo facto de que «para fazermos uma boa digestão do leite, temos de ter capacidade de digerir a lactose (o açúcar do leite), e precisamos de uma enzima presente no nosso estômago (a lactase). Se nós nunca consumimos leite ao longo da vida, essa enzima fica, de algum modo, ‘preguiçosa’; por isso, muitas pessoas mais idosas (e não só), quando nunca beberam leite e começam a consumi-lo, muitas vezes, dizem que ficam com uma sensação de desconforto». Trata-se da intolerância à lactose. Deste modo, a especialista recomenda o consumo «de outras fontes alimentares, também boas fornecedores de cálcio». Até porque a osteoporose é uma doença - prevenível com o consumo de cálcio – frequente na terceira idade.
Qual o melhor leite?
Os leites disponíveis no mercado não são todos iguais – a começar pelo preço ou pelo sabor… «O leite de vaca, como outros alimentos, não é todo igual. Começa logo por depender da natureza do pasto, etc.», refere Alexandra Bento. «Depois, o processo de fabrico torna possível alterar a quantidade de gordura» – a propósito, a nutricionista considera que, «genericamente, a melhor opção é o leite meio-gordo, embora o magro seja recomendado para determinados indivíduos com patologias várias ou a fazer um programa de perda de peso». E, também, o leite pode passar por processos térmicos diferentes, que lhe confere valores distintos em termos de quantidade de vitaminas. Além disso, «a indústria alimentar inova e põe ao dispor do consumidor alguns leites adaptados às diferentes necessidades: ora com mais cálcio e vitamina D, ora com menos lactose…»
No entanto, a qualidade mesmo do leite mais barato – que não oferece essas ‘inovações’ – não é posta em causa. «Existem rigorosos controlos de qualidade», atesta Alexandra Bento. «E se olharmos para os vários tipos de leite apenas como fornecedores de proteínas e de cálcio, então são muito parecidos».
Várias teses existem contra o consumo de leite na idade adulta. Referem, entre outros tópicos, que se trata de algo anti-natural (mais nenhum mamífero consome leite após a amamentação), que é possível obter quantidades adequadas de cálcio sem recorrer aos lacticínios, e que, em pessoas geneticamente predispostas, algumas proteínas do leite bovino (e também ovino e caprino) podem causar reacções alérgicas e até doenças auto-imunes. No entanto, se isso é verdade, também é verdade que o leite não é só composto por cálcio e proteínas. Das suas características nutricionais destacam-se, também, várias vitaminas, outros minerais (para além do cálcio) e oligoelementos - sobretudo selénio e iodo.
A nutricionista Alexandra Bento não considera, «em momento algum», que o consumo de leite na idade adulta seja algo anti-natural. «O leite é um alimento importante para a saúde e o seu consumo é recomendado», diz.
A especialista não esquece que o leite e os seus derivados não são os únicos fornecedores de cálcio – «os alimentos de origem vegetal, sobretudo os muito verdes, como é o caso da couve-galega, até são alimentos que têm um bom aporte desse mineral», diz – mas «a questão é se de facto os consumimos em quantidades suficientes para obter esse benefício». Por isso, Alexandra Bento recomenda que a população adulta beba «cerca de dois copos de leite por dia». Em relação aos mais idosos, a nutricionista alerta para o facto de que os que nunca consumiram leite, «também não é essa a altura mais indicada». Pelo facto de que «para fazermos uma boa digestão do leite, temos de ter capacidade de digerir a lactose (o açúcar do leite), e precisamos de uma enzima presente no nosso estômago (a lactase). Se nós nunca consumimos leite ao longo da vida, essa enzima fica, de algum modo, ‘preguiçosa’; por isso, muitas pessoas mais idosas (e não só), quando nunca beberam leite e começam a consumi-lo, muitas vezes, dizem que ficam com uma sensação de desconforto». Trata-se da intolerância à lactose. Deste modo, a especialista recomenda o consumo «de outras fontes alimentares, também boas fornecedores de cálcio». Até porque a osteoporose é uma doença - prevenível com o consumo de cálcio – frequente na terceira idade.
Qual o melhor leite?
Os leites disponíveis no mercado não são todos iguais – a começar pelo preço ou pelo sabor… «O leite de vaca, como outros alimentos, não é todo igual. Começa logo por depender da natureza do pasto, etc.», refere Alexandra Bento. «Depois, o processo de fabrico torna possível alterar a quantidade de gordura» – a propósito, a nutricionista considera que, «genericamente, a melhor opção é o leite meio-gordo, embora o magro seja recomendado para determinados indivíduos com patologias várias ou a fazer um programa de perda de peso». E, também, o leite pode passar por processos térmicos diferentes, que lhe confere valores distintos em termos de quantidade de vitaminas. Além disso, «a indústria alimentar inova e põe ao dispor do consumidor alguns leites adaptados às diferentes necessidades: ora com mais cálcio e vitamina D, ora com menos lactose…»
No entanto, a qualidade mesmo do leite mais barato – que não oferece essas ‘inovações’ – não é posta em causa. «Existem rigorosos controlos de qualidade», atesta Alexandra Bento. «E se olharmos para os vários tipos de leite apenas como fornecedores de proteínas e de cálcio, então são muito parecidos».
Por isso, opte pelo sabor de que mais gostar, pela marca que preferir, pelo preço que mais lhe convier, mas não descure a importância do leite – e dos seus derivados! Se se trata, ou não - como Hipócrates (século IV a. C.), ‘pai’ da Medicina, referiu – de «um alimento muito próximo da perfeição», as teses actuais divergem. Mas o seu consumo é aconselhado. Às crianças, claro, mas, também, aos adultos.
Algumas razões para beber leite:
- É a melhor fonte de cálcio
- Tem proteínas de alto valor biológico
- Boa fonte de energia
- É uma boa fonte de vitaminas
- É um alimento seguro, versátil e acessível
- É a melhor fonte de cálcio
- Tem proteínas de alto valor biológico
- Boa fonte de energia
- É uma boa fonte de vitaminas
- É um alimento seguro, versátil e acessível